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MP pede condenação de serial killer de Maceió por assassinato de mulher trans

Na próxima sexta-feira, 6 de junho, o Tribunal do Júri de Maceió será palco de mais um julgamento de Albino Santos de Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”. Desta vez, ele será julgado pela morte de Louise Gbyson Vieira de Melo — nome social de Hudson Gbyson Vieira de Melo —, assassinada a tiros na noite de 11 de novembro de 2023, no bairro Vergel do Lago, na capital alagoana. O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) vai sustentar, durante o júri popular, três qualificadoras no crime: feminicídio, motivo torpe e o uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Segundo a denúncia, o assassinato de Louise não foi um ato isolado. Albino é investigado e acusado por uma série de crimes semelhantes, o que lhe rendeu a alcunha de “serial killer”. O MPAL tem reforçado o caráter de ódio e discriminação dos assassinatos cometidos por ele, principalmente contra mulheres trans e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Ao enquadrar o caso como feminicídio — mesmo se tratando de uma vítima trans —, o Ministério Público dá um passo importante no reconhecimento do direito à identidade de gênero e no enfrentamento da violência motivada por transfobia. A acusação também destaca que o crime foi cometido por motivo torpe, isto é, sem justificativa razoável, e de forma que impediu qualquer chance de defesa por parte da vítima.
A morte de Louise Gbyson Vieira de Melo gerou forte comoção e mobilização de movimentos sociais e organizações de defesa dos direitos humanos e LGBTQIA+. Para eles, a responsabilização efetiva de crimes como este é fundamental para combater a impunidade e garantir que a justiça reconheça as especificidades da violência contra pessoas trans.