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Embaixador do Irã agradece apoio do Brasil e diz que Brics podem melhorar a ordem mundial
Abdollah Nekounam não confirmou a presença do presidente iraniano na cúpula do Brics, mas disse que essa possibilidade está 'dentro da programação'

O embaixador do Irã em Brasília, Abdollah Nekounam, agradeceu ao governo brasileiro por condenar os ataques de Israel e dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas, em uma guerra que durou doze dias. Ele afirmou que o Brics, grupo do qual seu país faz parte, tem a tarefa de melhorar a ordem internacional.
— Agradecemos ao governo brasileiro e ao Brics, que condenaram os ataques ao nosso programa nuclear, que é para fins pacíficos e está atuando conforme o direito internacional. Mas o Brics não existe apenas para publicar declaração, e sim para criar um novo caminho, colocar em ordem as partes que estão faltando à ordem internacional — afirmou o diplomata iraniano.
Perguntado se o presidente do Irã, Masud Pezeshkian, participará da cúpula de líderes do Brics, nos dias 6 e de julho, no Rio de Janeiro, Nekounam disse que o assunto está "dentro da programação". Porém, não confirmou se Pezeshkian estará ou não presente no evento.
O Brasil é presidente do Brics em 2025 e por isso sediará a cúpula de líderes. O grupo é formado por onze países em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Inspeções suspensas
Abdollah Nekounam afirmou que seu país vai suspender temporariamente a autorização para inspeções das Nações Unidas nas instalações nucleares.
— Nós sabemos que há informações sobre nossos programas e também existem informações sobre os cientistas nucleares. E isso faz parte da soberania de um país, proteger suas informações e seus cientistas — afirmou.
Nesta quinta-feira, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que seu país saiu vitorioso do conflito com Israel. O aiatolá afirmou que o Irã "praticamente nocauteou" o Estado judeu durante os combates e deu "um duro tapa na cara" do regime americano. Os israelenses dizem o contrário.
Os iranianos minimizam o impacto dos ataques a seu programa nuclear, enquanto os governos de EUA e Israel falam em danos significativos. Porém, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou que considera impossível calcular os prejuízos neste momento.