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Em crise, governo Lula vai abandonar slogan 'União e Reconstrução' e discute nova mensagem sobre 'justiça social'
Entendimento no Palácio do Planalto é que momento é de mudar de fase e investir em discurso voltado aos mais pobres

Atravessando uma crise com o Congresso num momento em que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não deu sinais de recuperação, o governo vai abandonar o slogan “União e reconstrução”. A marca era usada desde o início do mandato, quando Lula herdou a cadeira de Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e confirmada pelo GLOBO.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, é preciso escolher um novo tema e se aproximar de uma pauta sobre a qual Lula e ministros como Fernando Haddad têm falado bastante em meio ao embate com o Congresso, a “justiça social”.
A avaliação dos articuladores é que a fase de insistir na união do país já passou e que a mensagem da pacificação já foi passada, dois meses e meio após os atos golpistas de 8 de janeiro.
A estratégia de trazer à tona a justiça social ocorre em meio a uma queda de popularidade. Segundo a última pesquisa Quaest, divulgada no mês passado, Lula tem 57% de desaprovação.
Neste contexto, o governo tem investido em pautas como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês e o aumento na taxação dos mais ricos. A estratégia de elevar impostos, no entanto, vem sofrendo críticas do Congresso, como ficou evidenciado na derrubada do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A estratégia também ganhou as redes sociais, com o PT divulgando um vídeo dizendo que os ricos pagam poucos impostos e é necessário reequilibrar a conta com a parcela mais pobre da população.