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Governo Lula escala líderes para avisar cúpula do Congresso sobre ação no STF
Planalto avalia que era necessário ter segurança de que iniciativa tem chances de prosperar

Os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foram escalados para avisar previamente os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) sobre a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o projeto que anulou o decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A iniciativa vinha sendo discutida por ministros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde quarta-feira. Antes de protocolar a ação, porém, o Planalto sondou a receptividade da ação no Supremo porque era necessário ter segurança de que a iniciativa tem chances de prosperar. Depois da derrota histórica no Congresso no caso na semana passada, um revés no Executivo resultaria em isolamento político do Executivo que comprometeria o futuro da gestão petista.
Foi festejado no governo também o fato de a Advocacia Geral da União (AGU) ter encontrado uma solução diferente da apresentada pelo PSOL em ação protocolada na semana passada. Enquanto o governo ingressou com pedido de constitucionalidade do decreto presidencial que alterou as alíquotas do tributo, o partido havia contestado a legalidade do projeto de decreto de legislativo que derrubou o mesmo decreto.
Para o Planalto, o caminho adotado pela AGU não contesta diretamente o Congresso, o que é uma sinalização política importante nesse momento.
Ainda dentro dessa ideia de manter as pontes, a ministra das Relações Institucionais pediu que Motta e Alcolumbre fossem avisados. O gesto marcou uma diferença em relação à adotada pelos dois presidentes quando colocaram em votação o projeto de derrubada do decreto na semana passada. O texto foi pautado na quarta-feira sem aviso prévio, o que o governo entendeu como rompimento de um acordo.