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Haddad defende taxação de super-ricos na reunião dos ministros de Finanças do Brics
Governo vem tentando aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), adotando discurso que ricos pagam menos imposto do que os pobres no Brasil

O ministro da Fazenda, , afirmou neste sábado que os países do vão apoiar o estabelecimento de uma convenção da Organização das Nações Unidas () sobre cooperação internacional em matéria tributária. Segundo ele, a iniciativa representa um passo importante para a construção de um sistema global mais justo e eficaz, especialmente no que diz respeito à taxação dos super-ricos.
— O Brics confirma sua vocação de defesa do multilateralismo ao manifestar apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária. Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos — disse o ministro ao discursar na reunião de ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do Brics, no Rio.
Em fórum empresarial do Brics:
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A declaração vem em um momento em que o , com a defesa de que os ricos no Brasil pagam menos imposto do que os pobres, numa narrativa que vem tomando as redes.
Haddad disse que a presidência brasileira do Brics formulou propostas baseadas nas frentes econômica, climática e social. Ao falar sobre a frente econômica, o ministro mencionou novamente a taxação de super-ricos:
— Na frente econômica, estamos trabalhando para facilitar o comércio e o investimento entre os países dos Brics. Além disso, reconhecemos a importância de reforçar a coordenação sobre as reformas do sistema monetário e financeiro internacional. Avançamos também no diálogo intra-Brics sobre parcerias público-privadas, tributação e aduanas, com especial atenção à tributação de indivíduos de altíssima renda.
Acordo sobre IOF:
Na frente climática, ele destacou o desenvolvimento de instrumentos inovadores — como o Tropical Forest Forever Facility — para acelerar a transformação ecológica, e expressou confiança no papel decisivo do Brics, com anúncio previsto para acontecer na COP 30. Já na esfera social, enfatizou a mobilização de recursos públicos e privados para garantir segurança alimentar, proteção social e oportunidades econômicas, ressaltando que essa agenda é prática e voltada a resultados concretos.
“Reglobalização sustentável”
O ministro da Fazenda afirmou ainda que o novo multilateralismo representa uma “reglobalização sustentável” — uma nova aposta de globalização, com foco no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade.
Para ele, nenhum outro fórum internacional possui hoje mais legitimidade para liderar essa transformação do que o Brics.
— A defesa do multilateralismo não pode se limitar à defesa das instituições internacionais contra agendas radicais. Precisamos promover um multilateralismo do século XXI. Esse novo multilateralismo nada mais é do que uma “reglobalização sustentável”(...) Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização.
Em sua fala, Haddad destaca ainda a participação dos novos países-membros — citando Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã — e a proposta de um FMI mais representativo como entregas da presidência brasileira. Ressaltou também a consolidação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) como instituição de referência dentro e fora do Brics.
— O nosso comunicado apresenta uma mensagem clara em defesa de uma ordem econômica global mais justa, sustentável e representativa. Em resumo, os documentos que apresentamos para o mundo hoje mostram que a “reglobalização sustentável” é um objetivo compartilhado pela maioria da humanidade.