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Bondade e amor à escalada: Quem era a mulher que morreu ao cair de montanha durante rapel em MG
Vítima atuava há mais de 10 anos como servidora pública e tinha experiência na atividade; queda foi de quase 100 metros

Uma mulher identificada como Daiane Marques, de 36 anos, morreu durante um rapel na Pedra do Elefante, em Andradas, Minas Gerais, neste sábado. Ela sofreu uma queda de quase 100 metros e integrava um grupo com outros dois praticantes da atividade.
Negligência fatal:
Violência nas escolas:
Daiane era funcionária pública, e atuava como servidora da Secretaria de Meio Ambiente de Cordeirópolis, em São Paulo, há mais de 10 anos. Segundo o Segundo o Centro de Treinamento de Escalada da cidade (CTEC), ela e a dupla que a acompanhava eram “igualmente experientes”.
Nas redes sociais, a servidora compartilhava a paixão pela educação ambiental e pela natureza. Além disso, também fazia posts em trilhas e realizando práticas radicais, como tirolesa.
A prefeitura de Cordeirópolis publicou uma nota de pesar pela morte da responsável pela Educação Ambiental no município: "neste momento de consternação, a prefeita Cristina Saad, o vice-prefeito Anderson Hespanhol Pique e a secretária Bruna Vidoretti se solidarizam com a família, amigos e colegas de trabalho de Daiane", escreveu o perfil oficial da prefeitura, que também decretou luto oficial de 3 dias.
O Grupo de Escalada Esportiva e Montanhismo de Limeira (Geel) também se solidarizou: "sempre com um sorriso no rosto, uma palavra de incentivo na hora certa e uma generosidade que transformava quem cruzava seu caminho". Uma mulher escreveu que Daiane "será sempre lembrada pela bondade e pelo amor à escalada", e outro homem publicou que ela "alegrava qualquer ambiente que estivesse".
O acidente
Daiane e mais duas pessoas praticavam rapel na Pedra do Elefante, em Andradas (MG), na tarde deste sábado. Segundo o relato de um dos integrantes do grupo, que acionou o Corpo de Bombeiros, todos tinham experiência na atividade e estavam a cerca de 93 metros da base da montanha no momento da queda.
Ainda não se sabe o que causou o acidente. Daiane teria colidido com a parede de rocha e com a vegetação próxima à base da serra. Quando os outros dois membros do grupo conseguiram descer até o local da queda, encontraram a vítima já sem sinais vitais.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 17h20 e mobilizou equipes especializadas em salvamento em altura e resgate terrestre. Os militares percorreram cerca de seis quilômetros por trilhas em mata fechada até localizar o corpo. A vítima já estava sem vida, com diversos ferimentos causados pela queda.
A Polícia Civil deve investigar as circunstâncias do acidente, incluindo se Daiane utilizava corretamente os equipamentos de segurança no momento da descida.
Em nota divulgadas nas redes sociais, a Geel afirmou que Daiane era experiente, "tendo escalado em diversos locais pelo Brasil e no exterior". Segundo a organização, a escalada teria sido realizada com sucesso e, pelo fato da vítima ter sido a primeira a descer, não foi possível que as outras pessoas identificassem o motivo da queda.
"A escalada foi realizada com sucesso. Após atingirem o cume, os 3 escaladores iniciaram o processo de retorno à base, descendo por rapel no período da tarde, sendo a Daiane a primeira a realizar o procedimento. Por este motivo, não foi possível a visualização, pelos outros escaladores, das circunstâncias que levaram à queda", declarou o grupo.
A Pedra do Elefante é uma formação rochosa que alcança 1.460 metros de altitude e possui contorno que lembra um elefante deitado. O ponto oferece vista para a cidade e para a Serra da Mantiqueira. O local é utilizado para atividades como rapel, escalada, montanhismo e caminhada. O acesso é feito por trilhas inclinadas em meio à vegetação.
"Atrai muitas pessoas que aderem às atividades radicais, como o montanhismo, o rapel, a escalada. E esse é justamente um dos principais desafios inerentes àquele local: o risco de quedas. É um paredão íngreme, um terreno bastante acidentado, que exige atenção redobrada para evitar acidentes”, afirmou o tenente Arruda, do Corpo de Bombeiros local, ao portal de notícias g1.