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SUS: projetos testam novas tecnologias para otimizar acesso à saúde em lugares remotos

Iniciativa contou com R$ 7,3 milhões do Ministério das Comunicações por meio da Funttel para contribuir para a redução de barreiras geográficas entre médicos e paciente

Por Agência O Globo - 16/07/2025
SUS: projetos testam novas tecnologias para otimizar acesso à saúde em lugares remotos
US: projetos testam novas tecnologias para otimizar acesso à saúde em lugares remotos (Foto: O Globo)

O destinou R$ 7,3 milhões para apoiar o projeto 5G Saúde, que reúne iniciativas de conectividade voltadas à inovação na telemedicina brasileira. O valor foi destinado por meio do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), ao CPQD, uma organização brasileira que desenvolve e oferece soluções em tecnologia da informação e comunicação.

“A telemedicina é uma realidade, mas precisa de conectividade e evolução para ser eficiente e atender pacientes que estão distantes dos grandes centros ou com dificuldade de locomoção. Temos apoiado o CPQD em testes que contribuam para a redução de barreiras geográficas entre um médico e a pessoa que precisa de atendimento. O Funttel é destinado a projetos de inovação e avanços tecnológicos em diversas áreas”, afirma o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, em comunicado.

Um dos testes, iniciado em maio, está sendo realizado em Miguel Alves, no Piauí, com pacientes da zona rural atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e médicos da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, localizados na capital paulista. O objetivo é avaliar se a tecnologia 5G Open RAN é adequada e eficiente para a transmissão em tempo real de imagens de exames médicos de alta complexidade, como o ecocardiograma, que exige elevada capacidade e velocidade de transmissão.

A experiência envolve o Centro de Competência Embrapii-CPQD em Open RAN e parcerias com a BP, o InovaHC (Núcleo de Inovação e Tecnologia do Hospital das Clínicas da USP) e a Samsung Brasil.

Além deste projeto-piloto no Piauí, o 5G Saúde conta com outros dois em andamento. Um deles, realizado em parceria com a operadora de planos de saúde MedSênior, prevê a criação de uma ferramenta segura para a troca de informações entre diferentes sistemas, utilizando blockchain e identidade digital descentralizada.

Entre as aplicações previstas está um prontuário eletrônico inteligente, com controle do próprio paciente sobre quem pode acessar ou utilizar seus dados. A plataforma poderá integrar todo o histórico de saúde do cidadão, incluindo consultas, prescrições digitais, exames, aquisição de medicamentos e retornos médicos.

Outro piloto está previsto para acontecer nos próximos meses no Hospital Estadual Mário Covas, na Grande São Paulo, em parceria com a startup brasileira UVCTEC. A empresa desenvolveu um equipamento de desinfecção por radiação ultravioleta (UVC), destinado a hospitais, além de clínicas médicas e odontológicas.

A nova versão, criada em conjunto com o CPQD e com o apoio do Funttel, contará com conectividade 5G e recursos para gestão inteligente do dispositivo, fornecendo dados como tamanho do ambiente, nível necessário de radiação para inativação de agentes patogênicos específicos, tempo de exposição e outras informações gerenciais.

Esses dados serão processados pela Pailot, plataforma do CPQD que integra internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA). A integração com a unidade da UVCTEC permitirá, futuramente, o desenvolvimento de modelos preditivos de IA voltados à melhoria dos processos de desinfecção hospitalar.

“Com a integração à Pailot e a adição da conectividade 5G, proporcionada pelo projeto 5G Saúde, os usuários poderão acompanhar remotamente, em ambiente de nuvem, as condições de operação do equipamento. Dessa forma, esperamos contribuir para a redução dos casos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), causadas por vírus, bactérias e fungos — um problema sério no Brasil e no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, 14% das pessoas internadas em hospitais brasileiros adquirem algum tipo de IRAS”, explica Norberto Alves Ferreira, gerente de Soluções Sistêmicas de IA e IoT do CPQD.

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