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Primeiro disco de Preta Gil trazia fotos da cantora nua na capa; relembre
'Prêt-à porter' foi lançado em 2003, e, posteriormente, cantora relatou ter sofridos ataques misóginos, racistas e gordofóbicos

Filha de , , que morreu neste domingo, aos 50 anos, lançou-se na carreira musical em 2002, após atuar como produtora de vídeos musicais, criando mais de 15 clipes para a MTV Brasil, com sua própria empresa. Em junho daquele ano, Preta organizou com uma pequena banda dois shows no extinto Mistura Fina, que funcionou na Lagoa, Zona no Rio, entre 1992 e 2007.
Após os shows, Preta decidiu gravar seu primeiro disco, que sairia em 2003. "Prêt-à porter" trouxe alguns dos hits que a cantora cantaria pelo resto da carreira, como o hit "Sinais de fogo" , composto por Ana Carolina e Totonho Villeroy, "Andaraí" e "Mal de amar".
Além das músicas, o disco de estreia chamou atenção por uma ousadia: a capa e o encarte traziam fotos da cantora nua, com cliques da fotógrafa Vania Toledo e concepção de Fernando Zarife. O trocadilho com "prêt-à-porter" ("pronto para vestir", expressão francesa relacionada à moda, sobre roupas feitas em série, para venda direta em lojas) sugeria uma mudança no rumo da carreira de Preta. Diante de um pedido da gravadora para que uma tarja preta cobrisse os seus seios, ela optou por usar uma fita do Senhor do Bonfim no lugar.
Na época, seu pai era ministro da Cultura no primeiro governo de Lula, o que aumentou ainda mais a repercussão, já que ele teria achado a atitude da filha desnecessária. Tempos depois, a cantora contou em entrevistas ter sofrido ataques misóginos, racistas e gordofóbicos pela escolha da capa do CD, e que se fossem nus de uma mulher dentro de determinado padrão de beleza não haveria nenhuma polêmica. Na sequência, a cantora lançou os discos "Preta" (2005), "Sou como sou" (2012) e "Todas as cores" (2017).
Luta contra o câncer
A cantora, atriz, apresentadora e empresária Preta Gil morreu aos 50 anos, após enfrentar uma batalha de quase dois anos contra um câncer no intestino e, em dezembro de 2024, chegou a passar por uma cirurgia de 18 horas para retirar tumores, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Preta Maria Gadelha Gil Moreira foi diagnosticada em janeiro de 2023 com adenocarcinoma, um câncer no intestino. Após cirurgia e tratamentos de quimioterapia e radioterapia, a cantora chegou a anunciar que a doença estava em remissão. Em agosto de 2024, contudo, ela foi a público dizer que o câncer havia voltado em diferentes partes do seu corpo: dois tumores nos linfonodos, um nódulo na uréter e metástase no peritônio.
Também em agosto de 2024, no mês de agosto, a cantora comemorou o aniversário de 50 anos com uma festa para 700 pessoas num dos armazéns da Zona Portuária do Rio, com shows da banda Psirico e da cantora Ludmilla. Na mesma época, ela lançou a autobiografia, "Preta Gil: os primeiros 50" (Globo Livros), no qual relata a luta contra o câncer e o término do casamento de oito anos com o produtor Rodrigo Godoy, em 2023, após descobrir que ele a tinha traído enquanto ela fazia o tratamento contra o câncer.