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Alívio em receitas vai permitir redução de congelamento de gastos, hoje em R$ 31,2 bilhões
Medida será possível após manutenção de decreto que subiu o IOF

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar nesta terça-feira uma redução expressiva no congelamento de gastos no Orçamento deste ano, hoje em R$ 31,2 bilhões. Esse valor atinge o equivalente a 14,1% das despesas livres (discricionárias) do Executivo.
A equipe econômica irá apresentar nesta terça o relatório bimestral de avalição do comportamento das receitas e das despesas de julho, a partir do qual o governo pode liberar ou segurar despesas.
O documento deve demonstrar uma melhora na situação das receitas depois que o governo conseguiu manter o decreto que subiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Também houve aprovação, pelo Congresso, de um projeto que permite a venda de óleo de alguns campos do pré-sal.
O congelamento de gastos é formado por:
Contingenciamento: quando a arrecadação está abaixo do previsto inicialmente pelo governo;
Bloqueio: quando os gastos obrigatórios (como aposentadorias) estão acima das projeções iniciais.
Neste momento, o congelamento é formado por:
R$ 20,6 bilhões em contingenciamento;
R$ 10,6 bilhões em bloqueio.
De acordo com integrantes do governo, todo o recurso contingenciado deve ser liberado, diante de uma melhora nas receitas.
Dessa forma, o governo vai indicar também que está mais próximo de cumprir a meta fiscal deste ano, que é de um déficit zero (receitas iguais às despesas).
Por outro lado, os cálculos do governo mostraram a necessidade de aumentar o bloqueio de recursos. Nesse caso, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma das maiores preocupações.
O resultado líquido do relatório, assim, será uma liberação de gastos para os ministérios.
A soma do contingenciamento e do bloqueio, porém, vai permitir um alívio total nas despesas.
O congelamento de gastos tem afetado diversos ministérios, mas especialmente agências reguladoras, cujos orçamentos tiveram redução de 25% neste ano.