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Ozzy Osbourne: quatro décadas vindo ao Brasil
Cantor inglês, que morreu esta terça-feira, começou sua saga por aqui no Rock in Rio de 1985 e veio muitas vezes sozinho, e com o Black Sabbath, até 2018

Ao longo de 40 anos, (), trouxe diversas turnês ao Brasil, sozinho e em reencarnações do Black Sabbath, banda que fundou em 1969 em Birmingham, sua cidade natal.
Causa da morte de Ozzy Osbourne:
Relembre:
Tudo começou no Rock in Rio de 1985, ocasião em que se criou o termo "metaleiro" para caracterizar os fãs de heavy metal, gênero que começava a ganhar popularidade no país. Depois de deixar o Sabbath em 1980, após o disco "Never say die!", ele começou a bem-sucedida carreira solo no mesmo ano, com "Blizzard of Oz", em que era acompanhado pelo guitarrista Randy Rhoads. Um jovem fenômeno da guitarra, Rhoads morreu em um trágico acidente, e Ozzy seguiu em frente. O Rock in Rio o viu na turnê de "Bark at the moon", seu terceiro disco solo.
Aos 36 anos, o cantor exibia sinais de sua longa passagem pelo alcoolismo e outras substâncias, com o andar trôpego que o mundo veria no seriado "The Osbournes", já nos anos 2000 e problemas na voz (que melhoraria anos depois). Ainda assim, o público delirou ao vê-lo, ao lado de músicos como o guitarrista Jake E. Lee e o tecladista Don Airey (que veio ao Rock in Rio em 1985 e 2024, na edição de 40 anos, como integrante do Deep Purple), cantando clássicos do Sabbath e sucessos próprios como "Mr. Crowley" e a própria "Bark at the moon". Ozzy se apresentou nos dias 16 (com Paralamas do Sucesso, Moraes Moreira e Rod Stewart) e na famosa Noite do Metal, dia 19 de janeiro, com AC/DC, Scorpions, Whitesnake e Babe & Pepeu.
Monsters of Rock
Ozzy só voltaria ao Brasil 10 anos depois, para o festival Monsters of Rock, em São Paulo e no Rio, em setembro de 1995. O momento da carreira era outro: o disco "No more tears", de 1991, levou o cantor novamente ao topo do sucesso, na onda da MTV, ganhando o respeito dos fãs de rock não apenas pelo passado. Discos como aquele e "Ozzmosis", do próprio ano de 1995, levaram o som para um caminho mais radiofônico, emplacando sucessos como "Mama, I'm coming home", "Road to nowhere" e a própria "No more tears".
Mais 13 anos se passariam até o Brasil ver Ozzy de novo, na turnê "Black rain", mais uma vez no Rio e em São Paulo. O disco da ocasião não foi dos mais bem-sucedidos, mas o Príncipe das Trevas veio pela primeira vez com o guitarrista Zakk Wylde, seu fiel escudeiro desde 1987 entre idas e vindas, que abriu os shows com sua própria banda, o Black Label Society, além do grupo de new metal Korn.
A partir de 2011, o Brasil viu Ozzy Osbourne praticamente em anos alternados, em 2011, 2013, 2015, 2016 e 2018. As vindas de 2013 e 2016 foram à frente do reformado Black Sabbath, que, depois de muito vaivém, se reuniu para gravar um disco, "13", que gerou o escursão que passou pela Praça da Apoteose em 13 de outubro de 2013. Sem o baterista Bill Ward, que não se juntou aos velhos companheiros, Ozzy, Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo), com o "emprestado" Tommy Clufetos, da banda de Ozzy, nas baquetas, realizaram o sonho de várias gerações de ver o velho Sabbath. O quarteto ainda voltaria em sua turnê "The end", em 2016, já muito desgastado pelo excesso de viagens e palcos, além da batalha de Iommi contra um câncer (ele está bem, obrigado).
Ozzy esteve no país pela última vez em maio de 2018, e seu último show por aqui foi na mesma Zona Oeste carioca que o recebeu em 1985, pela "No more tours 2" (ele já tinha feito uma turnê "de despedida" anos antes). "Paranoid", clássico do Black Sabbath, foi a última canção do show, curiosamente a mesma que encerrou a carreira da banda em seu show definitivo, no dia 5 de julho, na Birmingham em que tudo começou.