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Emergências pediátricas: quando é realmente necessário correr para o hospital?

Saber identificar uma emergência médica e compreender como funcionam os serviços de pronto-atendimento é essencial

Por Narciso Barone 24/07/2025
Emergências pediátricas: quando é realmente necessário correr para o hospital?
Emergências pediátricas: quando é realmente necessário correr para o hospital? (Foto: Freepik)

É comum que pais e responsáveis fiquem preocupados quando seus filhos apresentam febre alta ou demonstram sinais de abatimento. Muitas vezes, a primeira reação é correr para o pronto-socorro em busca de atendimento imediato. Mas será que todos os casos exigem, de fato, uma intervenção de urgência?

Saber identificar uma emergência médica e compreender como funcionam os serviços de pronto-atendimento é essencial não apenas para garantir o cuidado adequado de crianças e adolescentes, mas também para evitar a sobrecarga desses serviços, que precisam estar disponíveis para situações de maior gravidade.

Triagem e prioridades: por que a ordem de chegada nem sempre é respeitada?

Ao chegar a um pronto-socorro, pais e responsáveis frequentemente se deparam com longas esperas e, por vezes, com frustração ao perceberem que pacientes que chegaram depois estão sendo atendidos antes. Isso acontece porque o atendimento não segue a ordem de chegada, e sim a gravidade do quadro clínico, segundo protocolos de triagem de risco.

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Casos que envolvem risco iminente à vida — como crises respiratórias, convulsões, traumas graves, suspeita de infarto ou reações alérgicas — recebem prioridade máxima. Já situações classificadas como de baixo risco, como sintomas leves de gripe, pequenas lesões ou febre sem sinais associados, podem aguardar por mais tempo.

Nem toda febre é sinal de emergência

Crianças costumam frequentar mais os serviços de emergência do que adultos ou adolescentes. Isso é natural, já que o sistema imunológico infantil ainda está em desenvolvimento, tornando-as mais vulneráveis a infecções. Além disso, quedas e acidentes são comuns na rotina das brincadeiras.

Contudo, nem toda febre, tosse ou machucado deve motivar uma ida imediata ao hospital. A febre, por exemplo, é um mecanismo de defesa do organismo contra infecções e, isoladamente, não indica gravidade. O ideal é administrar o antitérmico recomendado pelo pediatra e observar a resposta.

Se a criança melhorar após a medicação, provavelmente trata-se de um quadro benigno. No entanto, é hora de procurar atendimento médico se a febre persistir e vier acompanhada de sintomas como:

  • Manchas na pele;
  • Vômitos constantes;
  • Rigidez na nuca;
  • Sonolência excessiva;

Dificuldade para respirar.
Casos mais graves, como desmaios, convulsões, sangramentos intensos, dor muito forte ou sinais de dificuldade respiratória, devem ser tratados imediatamente como urgência médica.

Emergências invisíveis: atenção à saúde mental dos adolescentes

Entre adolescentes, as emergências nem sempre são visíveis. Há um alerta crescente em relação à saúde mental nessa faixa etária, com aumento de casos de:

  • Ansiedade e depressão;
  • Uso de substâncias psicoativas;
  • Automutilação;

Tentativas de suicídio.
Muitos jovens não compartilham seus sentimentos com os pais, o que torna crucial que os profissionais de saúde ofereçam um espaço seguro e acolhedor. Em diversos casos, uma consulta isolada, sem a presença dos responsáveis, é fundamental para identificar comportamentos de risco.


A escuta qualificada e o vínculo com o profissional podem ser determinantes para o diagnóstico precoce e para a adoção de estratégias preventivas eficazes.

O que fazer ao chegar ao pronto-socorro?

Se você decidir levar seu filho a um serviço de pronto-atendimento, adotar algumas boas práticas pode ajudar a tornar o processo mais eficiente e tranquilo:

  • Leve todos os documentos da criança, incluindo identidade, cartão do SUS ou convênio médico;
  • Permita que a criança relate os sintomas, sempre que possível. Interfira apenas para complementar informações importantes;
  • Confie na equipe de triagem. O sistema de classificação de risco visa priorizar os casos mais graves, mesmo que a espera pareça longa;
  • Mantenha a calma. Sua tranquilidade ajuda a reduzir o estresse da criança e contribui para um atendimento mais eficaz.

Fonte: Einstein Hospital Israelita

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