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Superlotação e visita do Papa: conheça o presídio para onde Zambelli foi enviada na Itália
Deputada vai passar por audiência de custódia e já manifestou intenção de permanecer no país europeu

Após ser presa por autoridades italianas nesta terça-feira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi transferida para a penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma. A unidade faz parte de um dos maiores complexos prisionais da Europa, que sofre com problemas de superlotação.
A penitenciária ficou conhecida internacionalmente após receber a visita do Papa Francisco no fim de 2024. Na ocasião, ele fez uma missa na capela do complexo prisional na qual pediu aos reclusos para "escancarem as portas do coração".
Além do problema de superlotação (abriga hoje mais de 1.500 presos), a penitenciária ficou conhecida por manter reclusa uma detenta grávida de origem bósnia que deu à luz a uma bebê dentro da carceragem. O caso foi relatado pelo jornal Corriere della Sera, em 2021.
Pelas celas de Rebibbia também passaram detentas notáveis, como a atriz Goliarda Sapienza, que foi presa nos anos 80 por um roubo de joias e escreveu o livro "A Universidade de Rebibbia" sobre o seu tempo no cárcere. E a integrante da organização armada de esquerda Brigada Vermelha Diane Melazzi, que foi condenada à prisão perpétua por atos terroristas. Ela foi encontrada morta com sinais de enforcamento na cela, em 2009.
Audiência de custódia
Carla Zambelli passou uma noite em uma delegacia de Roma antes de ser encaminhada ao presídio. Até esta sexta-feira, ela deve ser intimada a dar explicações em uma espécie de audiência de custódia. Na ocasião, ele será perguntada se gostaria de voltar ao Brasil ou permanecer na Itália.
Contrariando a versão da Polícia Federal, a defesa de Zambelli diz que ela se entregou às autoridades italianas de maneira "espontânea" por não suportar mais ficar reclusa e escondida em uma casa, em Roma. Os advogados da parlamentar querem que ela seja julgada na Itália e devem pedir que ela seja liberada ou responda às acusações em prisão domiciliar.
Desde que chegou ao país europeu, há dois meses, Zambelli tem tentando angariar apoio de políticos da direita italiana para evitar sua extradição ao Brasil, que foi pedida pelo governo brasileiro. A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a uma pena de dez anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O vice-primeiro ministro da Itália e ministro dos Transportes da Itália, Matteo Salvini teria manifestado o desejo de visitá-la na cadeia, segundo informações publicadas pelo jornal Corriere della Sera.
Zambelli também recebeu nesta quarta-feira uma nota de solidariedade do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele apelou para que as autoridades italianas não autorizem sua extradição ao Brasil e a classificou como uma "vítima de perseguição política".