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Jaé: de hoje em diante, novo sistema passa a valer para todos; veja onde emitir e recarregar o cartão
Quase metade dos passageiros usuários de cartões de passagem ainda não fizeram a migração para o novo sistema; veja perguntas e respostas sobre o novo sistema

A partir de hoje, o cartão Jaé passa a ser o único bilhete eletrônico aceito nas linhas de ônibus municipais, nos BRTs, VLTs, vans e cabritinhos, modais administrados pela prefeitura do Rio. Apesar de ter sido dada a largada, quase metade dos passageiros usuários de cartões de passagem ainda não fizeram a migração para o novo sistema. Ontem, de 1,6 milhão de viagens, 761.500 de passageiros ainda não usam o Jaé, cerca de 47,59%. O percentual foi obtido após um estudo do painel de dados da prefeitura que quantifica o uso diário e mensal dos cartões Jaé e Riocard, este último administrado pelas empresas e já foi abolido dos transportes municipais.
Desafio da Ponte:
Deodoro:
Após um acordo firmado entre estado, prefeitura, Jaé e MetrôRio, as estações de metrô também terão validadores. Os aparelhos, que começaram a ser instalados na última semana, já começaram a funcionar. A etapa é crucial no processo de transição do sistema de bilhetagem dos transportes da cidade, que nos próximos meses inicia ainda a licitação em etapas das linhas de ônibus da cidade. Ainda é preciso fazer a integração do Jaé a trens, vans intermunicipais e outros servicos deste itinerário. A licitação dos ônibus começará em dezembro e envolverá linhas de Campo Grande e de Santa Cruz.
Júlia Couto, a 'rainha da reclamação' do Jaé:
Anteontem, numa coletiva, a prefeitura informou que em julho foram carregados mais de R$ 125 milhões no Jaé:
“Houve um crescimento no valor de recarga de 672% em relação ao mês anterior (junho). Empresas carregaram em julho os cartões dos funcionários. É natural e esperado que nestes últimos dias antes da fase exclusiva do Jaé nos modos de transporte municipais que as pessoas gastem o valor que ainda têm no cartão RioCard”, diz a SMTR.
Imbróglios existem desde os primeiros meses do ano: adiamentos e troca de acusações entre prefeitura e estado — o executivo municipal aponta intrincamento da transição e faz acusações de má gestão ao governo Cláudio Castro; o executivo estadual, por sua vez, junto à Riocard, alega problemas no programa Jaé e dificuldades em lidar com a acelerada mudança. Alheios às guerras de poder, passageiros tentam correr contra o tempo para se adequar e nãp sofrerem prezuízo.
Pressa e dúvidas
A publicitária Clécia Ramos, de 42 anos, moradora de Campo Grande, na Zona Oeste, teve dúvidas sobre o saldo de seu Riocard; o Jaé da empresa ainda não chegou. Ela trabalha numa companhia no Maracanã, Zona Norte, e faz o trajeto todos os dias usando o ônibus executivo 2381 ou trem. Com a transição para o novo sistema, a empresa de Clécia emitiu os novos cartões Jaé para os funcionários, mas ela está entre os cinco que ficaram sem. Diante da urgência, sua companhia depositou o saldo referente ao mês de agosto diretamente em seu Riocard, que será desativado amanhã.
— O “frescão” é caro, e o Jaé da empresa não vai suprir meus gastos. Eu vinha acumulando crédito no Riocard. Agora tenho medo de perder tudo. Esse valor vai sumir? Como vou trabalhar se meu cartão novo não chegou? A empresa não dá retorno — disse.
Os modais regulados pelo Governo do Estado seguirão aceitando Riocard, isto é, ônibus intermunicipais, metrô, trem e barcas. Caso a pessoa não vá mais usar este cartão, o saldo existente pode ser reembolsado. É possível fazer esse pedido tanto pela internet como nas lojas Riocard. Em relação aos ônibus executivos, a prefeitura esclareceu ao GLOBO que os ônibus da modalidade já têm validadores do Jaé instalados.
O cozinheiro André Luiz dos Santos, morador de Niterói que trabalha em Laranjeiras, na Zona Sul, vai precisar dispor de dois cartões: Riocard em Niterói e Jaé no Rio. Mas seu cartão não chegou. De 90 funcionários, apenas cinco cartões foram entregues. E para usar o Jaé no aplicativo, é preciso digitar um código que vem junto com o cartão físico, em uma carta enviada ao titular.
— Não consigo nem ativar o cartão pelo app porque não recebi essa carta. Nem a empresa tem esse número. Hoje é minha folga, mas vim aqui tentar resolver. Senão, amanhã vou ter que pagar a passagem do meu bolso. Não tem como usar o Jaé da empresa se nem recebi o cartão e o aplicativo pede um código que não tenho — lamentou.
A Secretaria Municipal de Transportes afirma que os postos de atendimento continuarão em funcionamento de hoje em diante e que o cadastro será permanente.
O que você precisa saber antes de usar transportes públicos
1 - Quem não tem Jaé poderá embarcar em ônibus municipais?
Usuários de ônibus municipais que ainda não migraram para o Jaé poderão pagar as passagens em dinheiro e não poderão usar o Riocard. Mas vale lembrar: o VLT não aceita dinheiro. O passageiro, no entanto, pode comprar um cartão avulso do VLT na máquina de autoatendimento (ATM).
2 - Como solicitar cartão Jaé digital?
Baixe gratuitamente o app do Jaé no celular (disponível para dispositivos com os sistemas Android e iOS), sempre buscando manter a versão mais atualizada. O cartão digital pode ser usado para pagar passagens com QR Code.
3 - Quais são os tipos de Jaé?
Há três. O primeiro deles, que não é recarregável, é o das gratuidades (destinada a idosos com 65 anos ou mais, pessoas com deficiência, doentes crônicos, além de estudantes), de cor amarela. Já os outros dois são recarregáveis, mas de formas diferentes. Aquele vendido de forma avulsa, de cor verde, é comprado apenas em máquinas de autoatendimento (ATMs) instaladas em estações e terminais do BRT e do VLT, e não requer cadastro. A recarga também deve ser realizada nos ATMs, sem opção de recarga de forma virtual. Ao adquirir esse cartão, o usuário deixará uma caução de R$ 4,70. O de cor preta — de uso pessoal e que requer um cadastro —, por sua vez, pode ser recarregado de maneira on-line, no aplicativo do Jaé, por meio de Pix, cartão de crédito ou boleto. Uma outra opção é nos ATMs, ao digitar o número do CPF da conta em que a recarga deve ser feita, de acordo com a empresa. Pode ser com dinheiro (notas) ou cartões de débito e crédito.
4 - Como solicito o Jaé físico?
No app, faça a solicitação do cartão (preto) que ficará vinculado ao seu CPF. Nesta modalidade, é cobrada uma taxa de entrega de R$ 7,95. É grátis para pessoas com mais de de 65 anos. Ou pode pedir para retirar em loja. Neste caso, escolha uma das 19 lojas físicas do Jaé. De acordo com a prefeitura, ele estará disponível 72 horas após a solicitação. Sem taxa.
O cartão avulso (sem CPF vinculado) está disponível nas máquinas de autoatendimento (ATM) nas estações do VLT e do BRT. O valor carregado fica vinculado ao cartão, não ao CPF.
5 - Como fazem os estudantes e os idosos?
Estudantes receberão o cartão nas escolas municipais ou estaduais. Idosos devem fazer o cadastro no aplicativo ou em uma das 19 lojas do Jaé. PCDs e doentes crônicos terão os cartões entregues na Clínica da Família à qual a pessoa é vinculada.
6 - Como consultar o saldo do Jaé?
No caso dos cartões verdes, a consulta do saldo é nos ATMs. Nos pretos, a conferência é no site do Jaé (app.jae.com.br/); no aplicativo, logo após informar o login e a senha; ou nos ATMs, ao digitar o CPF vinculado ao bilhete.
7 - O que acontece se o saldo do cartão Jaé for insuficiente na segunda viagem?
Se isso acontecer, o sistema reconhece a integração e garante o desconto previsto.
8 - Posso pedir reembolso de qualquer cartão do Riocard? O saldo no vale-transporte também é reembolsável?
No caso dos cartões Expresso (cor-de-rosa), é possível pedir reembolso, desde que o bilhete esteja vinculado ao usuário. No caso do vale-transporte, o usuário precisa apresentar uma declaração da sua empresa, autorizando que a devolução do valor seja realizada. Durante o atendimento, usuários do vale-transporte precisam ainda preencher uma declaração para devolver o cartão por comodato, pré-requisito, nesse caso, para o saldo ser devolvido.
9 - Quem deve usar o Jaé no metrô?
O Jaé será aceito no metrô, assim como o Riocard. Qualquer um pode usar. Mas o Jaé é obrigatório para quem faz integração tarifária com o BRT, os ônibus que substituíram o metrô de superfície e as vans da Rocinha e do Vidigal. No sistema Metrô + BRT, passageiros que embarcarem ou desembarcarem do metrô nas estações de Vicente de Carvalho (Linha 2) ou Jardim Oceânico (Linha 4) pagam R$ 9,70 na integração com o BRT, independentemente da renda. Sem a integração, as tarifas sairiam por R$ 12,60. Na integração Metrô + ônibus municipal (antigo metrô de superfície), os usuários das linhas 309, 538, 539, 548, 583 e 584, que passam pelas estações do metrô de Botafogo, Praça Antero de Quental e Gávea, pagam apenas a passagem do metrô, de R$ 7,90. Já na dobradinha Metrô + van, quem pega as vans que atendem Rocinha e Vidigal paga R$ 8,80 na integração com o metrô.
10 - A tarifa social no metrô se aplica ao Jaé?
Não. Este é um benefício concedido pelo governo do estado. Só aqueles que tiverem o Bilhete Único Intermunicipal (BUI), do Riocard, pagam R$ 5 no metrô. O Jaé ainda não é aceito nos trens, nas barcas nem nos ônibus intermunicipais, onde o Riocard continua a ser aceito.
11 - Como os turistas farão para andar de transporte municipal?
A melhor opção neste caso é adquirir o cartão verde do Jaé, que é vendido de forma avulsa apenas em máquinas de autoatendimento instaladas em estações e terminais do BRT e do VLT, e não requer cadastro. A recarga também deve ser realizada nos ATMs.