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Força Municipal já tem metas para reduzir a violência e a Educação para ampliar o turno único até 2028: saiba mais sobre o novo Plano Estratégico do Rio

Documento que esta sendo apresentado hoje ao Conselho da Cidade define 88 temas prioritários da prefeitura para os próximos quatro anos.

Por Agência O Globo - 02/08/2025
Força Municipal já tem metas para reduzir a violência e a Educação para ampliar o turno único até 2028: saiba mais sobre o novo  Plano Estratégico do Rio
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Traçar as estratégias da Guarda Municipal que atuará armada e estabelecer como implodir o Elevado Trinta e Um de Março para revitalizar o entorno do Sambódromo. Esses são dois dos 88 temas do Plano Estratégico que a Prefeitura do Rio lança hoje, com metas a serem alcançadas na cidade até 2028. Além de nortear as ações dos próximos anos, o instrumento serve, segundo o vice-prefeito Eduardo Cavaliere, para que a sociedade cobre depois por aquilo com o que o município se comprometeu. E inclui, por exemplo, a atualização de objetivos não atingidos em sua edição anterior (2021 a 2024), como a redução da mortalidade infantil.

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Desafio da Ponte:

O trabalho, batizado de “Rio Legado e Futuro”, será apresentado na manhã deste sábado ao Conselho da Cidade, órgão consultivo que reúne representantes da sociedade civil. Quanto à região da Marquês de Sapucaí, o plano aponta que o projeto completo de reurbanização não termina até 2028. O município, porém, acaba de lançar o chamamento público para receber os estudos relacionados à derrubada do viaduto Trinta e Um de Março. Além disso, diz Cavaliere, neste segundo semestre será encaminhado à Câmara de Vereadores um projeto para regulamentar a operação urbana para financiar o projeto em parceria com a iniciativa privada.

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— A implosão se daria até 2028, mas a reurbanização seria algo posterior. O projeto é amplo: inclui um novo Boulevard do Samba, tendo o Sambódromo como protagonista, e uma Biblioteca do Saber na Praça Onze (projeto do arquiteto africano Francis Kéré) — diz o vice-prefeito, que coordenou as discussões para elaborar o plano.

Assalto:

Já com relação à segurança pública — agenda que antecipa a disputa eleitoral de 2026, na qual o prefeito Eduardo Paes é provável candidato a governador — , a estratégia é mais aprofundada que a anterior. Ao indicar como 4,2 mil agentes da GM atuarão com armas de fogo, detalha-se que a ideia é inspirada no Compstat, experiência de Nova York que reduziu os crimes de rua nos anos1990. A tática consiste em concentrar efetivos em áreas da cidade definidas com base em estatísticas criminais processadas por inteligência artificial (IA). A partir daí, os resultados serão debatidos em reuniões frequentes, para manter ou redirecionar as diretrizes.

Redução de índices

A meta é, até 2028, reduzir em 30% as ocorrências de pequenos delitos nas regiões escolhidas. O programa começaria em 2026, com a promessa de diminuir em 10% o total de casos no primeiro ano.

— Os crimes de rua ocorrem em 5,3% dos territórios da cidade que concentram 50% das ocorrências. Esses pontos são espalhados pela cidade — explica Cavaliere.

Monitoramento remoto

A IA também deve ser usada para criar as Zonas Tecnológicas de Segurança. Câmeras instaladas em locais fixos ou em veículos serão espalhadas por regiões críticas para fiscalizar do descarte irregular de lixo ao estacionamento em áreas proibidas, entre outras práticas de desordem urbana. Ao todo, serão eleitas seis áreas prioritárias, para iniciar o videomonitoramento em 2026.

Outra aposta do plano é no turismo. A promessa da prefeitura é fazer os primeiros aportes em um fundo financeiro criado com o estado e a concessionária RioGaleão para atrair mais voos para a cidade. Os valores e as primeiras iniciativas, porém, ainda estão em estudo.

R$ 19 bi até 2028

Para desenhar o plano, foi aberta uma consulta pública em que 14.511 pessoas apresentaram sugestões sobre as prioridades do governo. O custo dessas iniciativas é estimado em R$ 19 bilhões até o fim de 2028. Desse total, quase 35% (R$ 6,2 bilhões) serão voltados, sobretudo, para programas relacionados com a Saúde e a Educação.

Desse orçamento, a prefeitura vai a precisar captar R$ 2 bilhões, seja em financiamentos ou recursos federais, para tirar do papel projetos como iniciar a conversão dos corredores de BRTs em VLTs, bem como para pagar obras que resolveriam problemas crônicos de enchentes em áreas como o Jardim Maravilha, em Guaratiba, na Zona Oeste.

— No caso do VLT, a ideia é iniciar as obras no trecho entre o Jardim Oceânico e o Parque Olímpico até o fim de 2028. Já a escolha da estação do Parque Olímpico é importante porque ela integra os serviços de dois corredores: o Transcarioca (Barra-Galeão) e Transoeste (Santa Cruz-Barra). Há linhas de financiamento para projetos de mobilidade — diz o vice-prefeito.

Sobre as metas do período 2021-2024 não alcançadas, a mortalidade de crianças com até cinco anos até aumentou: de 12 para 14,2 a cada mil.

No novo plano, o objetivo agora é que esse índice seja reduzido para, no máximo, 10 casos por mil nascimentos. Na mobilidade urbana, era prevista para 2024 a conclusão da transição do Riocard para o Jaé — o que só acontece agora.

Além disso, em 2021, o plano era que o Rio alcançasse 924 quilômetros de ciclovias até 2024, o que faria com que a cidade tivesse a maior malha da América Latina. Hoje, são apenas 397, 6 quilômetros, e a promessa atual é mais comedida: chegar a 547,6 quilômetros até o fim de 2028. Já um projeto anunciado antes da eleição passada por Paes que não aparece no Plano Estratégico é de um parque com praças flutuantes na Baía de Guanabara, na Zona Portuária. . Outra diferença para o período 2021-2024 é que o novo plano não faz qualquer referência a contratar mão de obra em comunidades para projetos de limpeza de rios ou mutirões de obra.