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Mauro Cid e ex-assessor de Bolsonaro realizam acareação no STF; entenda divergências em relatos

Marcelo Câmara foi acusado de realizar monitoramento de Moraes e de saber de minuta golpista, mas nega

Por Agência O Globo - 13/08/2025
Mauro Cid e ex-assessor de Bolsonaro realizam acareação no STF; entenda divergências em relatos
Sede do STF (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O tenente-coronel e o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara participam de uma acareação nesta quarta-feira, no Supremo Tribunal Federal (), para esclarecer divergências em seus relatos. Mauro Cid, que fez acordo de delação premiada, apontou que Câmara tinha conhecimento da chamada minuta golpista e foi responsável por monitorar o ministro , do STF. O ex-assessor nega essas acusações.  

O encontro entre os dois está marcado para ocorrer a partir das 11h30. A acareação foi solicita pela defesa de Câmara, que é réu na ação penal do chamado núcleo dois da trama golpista, e autorizada na semana passada por Moraes. Cid, que é réu da ação do chamado "núcleo crucial", foi ouvido no mês passado como informante no processo contra o ex-assessor e outros réus. 

Em seu depoimento, Cid afirmou que solicitou a Câmara que descobrisse se Moraes estava se reunindo com o então vice-presidente Hamilton Mourão, hoje senador, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

— Esse último pedido foi realizado na época pelo presidente da República. O entendimento na época, o entendimento era que tinha chegado uma informação em que o senhor (Moraes) estaria se encontrando com o general Mourão em São Paulo. E aí solicitou, o presidente perguntou para verificar se isso realmente estava acontecendo. Como a estrutura presidencial estava já desarticulada, eu solicitei ao coronel Câmara essa informação.

Cid também comentou um troca de mensagens que teve com Câmara em janeiro de 2023, após um documento que previa medidas para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022 ter sido encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. Na ocasião, o ex-assessor escreveu que o "doc (documento) não seguiu porque poderia não ter amparo jurídico". De acordo com o tenente-coronel, Câmara tinha ciência das discussões que ocorreram no fim de 2022 de medidas para reverter a derrota eleitoral. 

A defesa de Câmara, contudo, afirmou que as "aludidas afirmativas se mostram isoladas e dissociadas dos demais elementos de prova carreados aos autos" e alegou que acareação é "medida imprescindível na busca da verdade real". 

Em junho, Cid já participou de outra acareação, com o ex-ministro Walter Braga Netto, também réu no "núcleo crucial" da trama golpista. Na época, contudo, os dois mantiveram suas versões sobre as duas principais divergências em seus relatos: uma reunião realizada na casa de Braga Netto, em novembro de 2022, e a suposta entrega de dinheiro pelo ex-ministro.

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