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Jovens que jogam videogame compulsivamente têm maior risco de doenças mentais graves, aponta estudo

Por Agência O Globo - 16/08/2025
Jovens que jogam videogame compulsivamente têm maior risco de doenças mentais graves, aponta estudo
Adolescente. (Foto: Foto:Ascom Seprev.)

Estima-se que 91% das crianças e jovens entre 3 e 15 anos jogam videogame no Reino Unido, porém, um novo estudo, mostra que a compulsão pelos jogos pode estar diretamente ligada à ansiedade, depressão e sono insatisfatório em jovens, principalmente em meninos.

Pesquisadores de Hong Kong entrevistaram 2.592 crianças em idade escolar e adolescentes e descobriram que 31% dos jovens tinham problemas com jogos compulsivos — eles definiram um jogador frenético como alguém que joga por cinco ou mais horas consecutivas.

30% dos jovens da pesquisa revelaram que jogam compulsivamente pelo menos uma vez por mês, sendo 14,3% mais prevalente em meninos.

Em ambos os sexos, os jogadores compulsivos experimentaram mais casos de depressão, ansiedade, estresse, solidão, sono ruim e menor confiança em sua capacidade educacional do que os não jogadores. Os participantes também relataram taxas mais altas de um vício preocupante em jogos, conhecido clinicamente como transtorno de jogos na internet (DGI).

“Jogos compulsivos podem significar uma fase inicial na progressão do DGI e outros problemas graves de saúde social, física e mental”, afirmaram os pesquisadores.

Em junho, um estudo descobriu que adolescentes que passam mais de duas horas por dia navegando em celulares ou tablets dobram o risco de desenvolver ansiedade e quadruplicam as chances de ficarem deprimidos.

O tempo prolongado em frente às telas, principalmente a rolagem passiva ou "doomscrolling", levou ao aumento da ansiedade, depressão, agressividade e impulsividade entre adolescentes que participaram de um estudo de nove meses.

Neurocientistas disseram que 45% dos jovens de 12 a 17 anos estudados, que não tinham problemas de saúde mental anteriores, apresentaram sintomas psiquiátricos que necessitavam de atendimento médico mais aprofundado.

Resultados diferentes

No entanto, outros estudos apontam benefícios em relação aos videogames, como no ano passado, que pesquisadores descobriram que os jogadores obtiveram melhores resultados em memória, atenção e raciocínio em comparação àqueles que não jogavam videogame.

Outro estudo com 97.000 participantes descobriu que esse hobby, muitas vezes mal compreendido, teve um impacto positivo na saúde mental deles. Os pesquisadores revelaram que possuir um console de videogame e jogar ajudou os participantes a melhorar seu bem-estar.

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