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MPAL deflagra operação contra esquema de fraude fiscal milionária no comércio de madeiras em Maceió

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) realizou, nesta quinta-feira (4), a operação Lignum, que tem como objetivo desarticular um grupo suspeito de fraudes fiscais e lavagem de bens no setor madeireiro. A ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Maceió, envolvendo nove pessoas físicas e seis empresas.
De acordo com as investigações, o esquema teria causado um prejuízo superior a R$ 6,7 milhões aos cofres públicos, por meio da emissão de milhares de notas fiscais falsas, por um grupo que trabalhava com o comércio de madeiras. O valor exato do débito será detalhado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/AL).
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As investigações apontam ainda que seis empresas de fachada foram criadas com o mesmo endereço e ligadas a um núcleo familiar. Para ocultar o verdadeiro administrador, eram usados parentes e “laranjas” sem condições financeiras compatíveis. O objetivo era dividir o faturamento entre as empresas no regime do Simples Nacional, garantindo vantagens tributárias e reduzindo indevidamente os impostos devidos.
Segundo o promotor de Justiça Cyro Blatter, coordenador do Gaesf, o impacto do esquema vai além da perda de arrecadação. “As condutas investigadas comprometem a concorrência leal, prejudicam empresários que atuam de forma correta e reduzem os recursos destinados a políticas públicas voltadas para a população mais vulnerável”, explicou.
A operação contou com apoio da Sefaz, Procuradoria-Geral do Estado (PGE/AL), Secretaria da Segurança Pública (SSP/AL), Polícias Militar e Civil, Polícia Científica e Secretaria de Ressocialização (Seris). Todos os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, especializada no combate ao crime organizado.
O nome Lignum, em latim, significa “madeira, lenha ou material de construção” e faz referência direta ao setor alvo da investigação.
*Com assessoria.