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Atores de 'Vale tudo' dão pistas sobre a trama e fazem apostas na reta final da novela: 'Será que Odete vai morrer?'

Alexandre Nero, Debora Bloch, Paolla Oliveira e Taís Araujo falam sobre fim do folhetim, que tem último capítulo no dia 17 de outubro

Por Agência O Globo - 30/09/2025
Atores de 'Vale tudo' dão pistas sobre a trama e fazem apostas na reta final da novela: 'Será que Odete vai morrer?'
César em novela (Foto: Redes Sociais)

Falta pouco — a rigor, exatamente 15 dias — para o fim de "". Como se sabe, a equipe de criação da novela vem mantendo a sete chaves todos os pequenos detalhes relacionados à reta final da novela. Afinal, o que acontecerá com Odete Roitman ()? Até mesmo entre o elenco, a pergunta é motivo para indagações constantes. Alguns profissionais sustentam, aliás, que a grande vilã pode nem morrer nesta atual versão do folhetim sob a batuta , como apurou o GLOBO. As especulações seguem a mil por hora.

Fausto Silva:

Calita Franciele.

Intérprete de Marco Aurélio, espera que o empresário corrupto dê a famosa banana para o Brasil ao fim e ao cabo da trama, como na versão original exibida em 1988. Ele ressalta que entende que a atual obra se trata de uma releitura — e, portanto, de uma "nova" novela. Mas defende que o gesto do passado se mantenha. Nada disso, porém, está garantido. Pelo contrário.

O que vai acontecer com Marco Aurélio em 'Vale tudo'?

Os obtidos pela coluna Play, do GLOBO, indicam que Marco Aurélio e Leila () surgirão numa pista clandestina, na presença de um piloto e dois policiais, no penúltimo capítulo. Já no último capítulo, porém, o empresário aparecerá na delegacia acompanhado por um advogado — ou seja, na atual versão da trama, Marco Aurélio não deve conseguir do Brasil de jatinho. A tal "banana" pode ficar, portanto, no passado.

— Espero que ele faça a banana, sim. É outra novela, né? A Manuela Dias está com novidades, o que talvez seja um dos motivos do sucesso. As pessoas querem ver o que vai acontecer. Será que Odete vai morrer mesmo? Até isso eu já estou duvidando — palpita Alexandre Nero. — Então, esse negócio da banana fica até pequeno. Mas o gesto é extremamente atual. O tanto de gente pilantra, bando de canalha dando banana para o Brasil o tempo inteiro... A gente fica divagando: será que Leila é quem vai dar a banana e passar a perna no Marco Aurélio? Será que ele vai escorregar na casca de banana?

O que vai acontecer com Heleninha em 'Vale tudo'?

Intérprete da alcoolista Heleninha, reconhece que "estranhou" o envolvimento amoroso da personagem com Renato (João Vicente de Castro). Hoje, porém, ela "shippa" o casal. Nos capítulos finais, a filha de Odete Roitman viverá dias difíceis.

Tudo começará após a família Roitman descobrir que Leonardo (Guilherme Magon) está vivo, . Durante uma reunião na casa de Celina (Malu Galli), Heleninha contará sua versão sobre o acidente que vitimou o irmão. Ela acreditava ter sido responsável pela suposta morte do rapaz. Todos ficarão estarrecidos quando Odete contar o que realmente aconteceu. As revelações não farão bem a Heleninha, que escreverá uma carta à mão e deixará na galeria. Depois disso, voltará a beber e desaparecerá.

— Na versão original, Heleninha ganhava um novo par, que era alguém do Alcóolicos Anônimos (AA). Foi inusitado (o relacionamento com Renato). A gente fez: "Eita, e agora?" Gosto de que já que se pensa numa vida nova, que se tenha um par novo, um caminho a ser descoberto juntos — opina Paolla. — Mas vou contar uma coisa que não contei: minha avó foi uma visionária. Na primeira cena que fiz foi com o Renato, e ele botou a mãozinha assim em cima da dela, minha avó disse: "A única pessoa que gosta da Heleninha, minha filha, é o Renato". Acho bonito a gente estar construindo por esse lado.

A atriz é uma das que mais põe pilha entre os colegas de elenco para realizar um bolão de apostas sobre quem, afinal, matou Odete Roitman:

— Falo todo dia: "Gente, vamos criar esse bolão". Como é que vai ser? A gente junta dinheiro. A gente faz uma doação. Mas a gente tem que ter esse bolão! Só se fala disso, né? Total. E a mulher nem morreu ainda — conta.

O que vai acontecer com Odete Roitman?

De acordo com pesquisa do Datafolha divulgada na última terça-feira (18), Odete Roitman, a vilã da "Vale tudo", não deveria ser morta. O público que assiste ao remake da novela desaprova a morte da empresária vivida por Debora Bloch. Os dados apontam que mais de 80% das pessoas consultadas entendem que ela, sim, deveria ser punida, mas a forma da punição deveria ser a miséria ou a cadeia, e não um caixão.

Detalhe: em 1988, esta era a opinião de Beatriz Segall, intérprete da vilã da versão original da história. A atriz era contra a morte da personagem. "O Brasil inteiro está aceitando o assassinato. Se alguém comete um crime, esse crime tem que ser julgado... Ela teria que ser acusada dos crimes que ela cometeu. Teria que ser presa pelos crimes que cometeu, ir a julgamento e condenada", considerou a atriz, numa entrevista a , na TV Brasil.

A artista continuou: "Então, achar que ela ser assassinada é uma coisa muito séria a ser pensada. Ela ser assassinada é um grande castigo, a catarse nacional. Nós estamos admitindo a pena de morte, e nós estamos admitindo o esquadrão da morte, os justiceiros".

A questão que se coloca em 2025 passa pelos mesmos pontos. Em , Debora Bloch comentou sobre o fato de Odete ter caído nas graças do público. Segundo ela, o fato de a personagem ter conseguido transformar "haters" em fãs diz muito sobre o Brasil de 2025.

— As pessoas saíram do armário, é assustador. É curioso que estejam dizendo em tom de brincadeira: "Estou concordando com a Odete, será que sou uma pessoa horrorosa?". Odete não frequenta a rua, não tem empatia nenhuma, é dona de um pensamento que está vivo, cada vez mais. Não à toa, Trump está eleito, Elon Musk está no governo — diz. — O economista Adam Smith, no século XVII, já falava do fascínio que ricos e poderosos exercem nas pessoas. E como a invisibilidade, o desprezo pelos necessitados são uma realidade. A gente tem pouca consciência do bem-estar coletivo sem se dar conta que isso nos diz respeito. É bom que pensemos sobre isso.

Débora não consegue ver Odete como inspiradora — nem mesmo no lugar de mulher no poder.

— Odete representa um pensamento que abomino. É a representação de uma herança colonial, escravagista, de uma elite que não se compromete com o país, que o despreza. É preconceituosa, classista, racista, acredita na meritocracia.

A atriz analisou ainda o fascínio da sociedade pelos vilões e afirmou:

— Os vilões sempre exerceram fascínio no público, que gosta de assistir à maldade, à crueldade na ficção. Jung (psiquiatra e psicoterapeuta suíço) já falou que eles ativam os arquétipos do inconsciente coletivo, e aí mexem no indivíduo, no nosso lado mais sombrio. Só que na ficção, você pode se identificar, sem a condenação social e moral. Vilões provocam essa catarse com esse lado que não podemos exercer na vida. Odete, Carminha, Nazaré...

O que vai acontecer com Raquel em 'Vale tudo'?

Intérprete da mocinha Raquel em "Vale tudo", — que chegou a manifestar um descontentamento com os rumos recentes de sua personagem, que vem aparecendo cada vez menos na trama — espera ver um final feliz para a comerciante que foi vendedora de sanduíches na praia.

Em cenas previstas para esta terça-feira (30), Bartolomeu (Luis Melo) incentivará o filho Ivan (Renato Goés) a pedir Raquel em casamento. O rapaz seguirá o conselho do pai, e Raquel aceitará. Nos capítulos seguintes, a mãe de Maria de Fátima (Bella Campos) fará muito sucesso profissionalmente e conseguirá ter uma vida bastante confortável — com sorte no amor e nos negócios.

Em , Taís Araujo falou sobre a importância de apresentar outras narrativas sobre a população preta:

— É lindo construir outra narrativa hoje. Quem construiu essa narrativa deturpada da população preta, LGBTQIAPN+ e outras à margem do centro e do poder foi o jornalismo, telejornalismo, a publicidade e a teledramaturgia. Sobretudo, essa última, que é quem conta a história de um país, é a identidade brasileira — frisou ela. — Durante muito tempo, a população negra só era vista como a mazela do país, desde que foi trazida sequestrada, escravizada. Óbvio que tem um valor comercial gigantesco por trás disso. Mas é um valor a ser respeitado como consumidor no mundo capitalista. É nossa responsabilidade reconstruir a narrativa. E isso está rolando.

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