Alceu Valença vai celebrar seus 80 anos, em julho de 2026, com série de shows em dez capitais, a partir de março
Cantor e compositor anunciou a turnê 'Alceu 80 Girassóis' no CCBB de São Paulo, nesta terça-feira (7)

Nem 8 nem 80 — é com 18 anos de idade que o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença diz se sentir a meses de completar suas oito décadas de vida (o aniversário é no dia 1º de julho do ano que vem). Para comemorar a chegada da idade redonda (e o surto de vitalidade), ele vai fazer uma turnê de arenas, “Alceu 80 Girassóis”, com a qual vai percorrer dez capitais brasileiras, a partir de março. O anúncio foi feito nesta terça-feira (7), em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.
— Com 8 anos eu era muito infantil. E, com 80, eu penso demais. Aos 18, não, você deixa o pensamento fluir — filosofa Alceu, em entrevista exclusiva ao GLOBO, no camarim do teatro do CCBB, antes de fazer o teste de som para o show que faria logo após a coletiva.
Filho de uma família musical, o compositor e cantor de sucessos como “Anunciação” e “Morena Tropicana” conta que o destino o alcançou apesar de um trauma na infância.
— Eu tinha 4, 5 anos e não sabia o que era música, cheguei lá e bati num pandeiro sem prestar atenção no que é que o pessoal do sarau estava tocando. Aí vovô falou: “Ô, tira aí esse filho de Décio (seu filho, pai de Alceu) porque ele não tem ritmo, não!” — diverte-se.
Depois de bem-sucedidas incursões com a Orquestra Ouro Preto em shows sinfônicos que levou até a Europa (além de espetáculos só com voz e violão), “Alceu 80 Girassóis” traz para as arenas o Alceu elétrico, acompanhado por Tovinho (teclados e direção musical), Cássio Cunha (bateria), Zi Ferreira (guitarra), Nando Barreto (baixo), André Julião (sanfona), Costinha (flautas), com participações especiais de Lui Coimbra (violas e violoncelo) e Natalia Mitre (percussão).
Para um espetáculo de cerca de duas horas de duração, em que vai passar pelas diversas fases de uma carreira de mais de 50 anos — iniciada com “Papagaio do futuro”, defendida com Geraldo Azevedo e Jackson do Pandeiro no Festival Internacional da Canção (FIC) de 1972 — Alceu vai precisar de uma boa preparação corporal. Nada de mais para quem dá pelo menos 17 mil passos por dia, em caminhadas pela Zona Sul do Rio (interrompidas brevemente por causa de uma canelite).
— A minha rapidez no palco é porque eu joguei basquetebol, sabia? Meu apelido era o nome de um óleo para carro chamado Veloz HP — gaba-se o cantor. — A coisa boa dessa turnê é que não vai ter um show atrás do outro. Porque não é o show que me cansa, é viajar, é o deslocamento, é a coisa do avião. Eu vivo ligado na tomada, e por causa disso comecei a escrever (poemas e crônicas, no celular) nas viagem internacionais (as crônicas devem sair em livro ano que vem).
Se crônicas e poemas aparecem a toda hora para Alceu, as canções, nem tanto.
— Música, só quando eu quiser, ou a minha mulher pedir para eu fazer, e ainda assim na hora em que vier a inspiração! — avisa ele, que foi convencido pelo empresário Peck Mecenas a embarcar nessa turnê por arenas.
“Alceu 80 Girassóis” começa no Rio de Janeiro, na Farmasi Arena, no dia 14 de março de 2026. Depois, segue por Porto Alegre (em local a confirmar, dia 21/3), São Paulo (Parque Villa Lobos, 28/3), Salvador (Concha Acústica, 10/4), Curitiba (Igloo, 25/4), Brasília (CCBB, 9/5), Recife (Classic Hall, 15/5), Fortaleza (CFO, 23/5), Belém (Náutico Marine, 30/5) e Belo Horizonte (Mineirão, 13/6).
Depois do aniversário, Alceu fará mais alguns shows da turnê, no Rio e em cidades da Europa. Por ele, que não gosta de comemorar o próprio aniversário, faria um show até mesmo no 1º de julho.
— Comemorar (aniversário), não, porque se comemorar eu posso beber. E, quando eu bebo, fico com uma ressaca terrível! — alerta ele, lembrando que a última dessas ressacas foi em 2016.
* Silvio Essinger viajou a convite da produção