“Foi o inimigo que entrou em mim”, diz réu que matou sogra e escondeu corpo em geladeira
Em júri, acusado tenta justificar o crime e entra em contradição ao relatar detalhes do assassinato e da ocultação do cadáver

Em depoimento no júri realizado nesta segunda-feira (21), Leandro da Silva, acusado de matar a sogra Flávia Maria e esconder o corpo dentro de uma geladeira, afirmou que agiu em legítima defesa. O crime, que chocou Alagoas, aconteceu em 2022, em Maceió.
Durante o julgamento, a policial civil Vanessa Queiroz relatou que foi acionada pelo delegado Roberval Davino para averiguar o descarte de uma geladeira suspeita. O eletrodoméstico estava lacrado e exalava mau cheiro. Após a abertura, a equipe da Delegacia de Homicídios confirmou que havia um corpo dentro. Vanessa contou ainda que, enquanto a equipe da Homicídios permanecia no local, foi até a casa de quem contratou o transporte da geladeira, o pai do acusado. Ele acabou detido e, em seguida, a polícia chegou até a namorada de Leandro, filha da vítima, que confessou participação no crime.
Segundo a policial, o pai confessou ter ajudado o filho na ocultação do corpo e afirmou que ele e a nora haviam matado a vítima. A perícia constatou diversas perfurações no pescoço de Flávia Maria.
O frentista responsável pelo transporte também foi ouvido e afirmou ter achado estranho o pedido para descartar uma geladeira nova. Disse que o acusado tentou justificar dizendo que o objeto “tinha macumba” e que, após o descarte, os envolvidos voltaram tranquilos, “como se nada tivesse acontecido”.
Em sua fala, o réu tentou sustentar que foi atacado pela sogra e que reagiu após ser ferido no pé. Alegou ainda que “foi o inimigo que entrou” nele e que a filha da vítima, sua namorada, teria incentivado o crime. Contradizendo declarações anteriores, Leandro admitiu que o pai sabia do assassinato e ajudou a retirar as grades da geladeira para ocultar o corpo.
O julgamento segue sob condução do juiz Geraldo Amorim, com atuação do promotor Marcus Mousinho.