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Acesso à internet cresce entre classes sociais, mas ainda é desigual

Por Redação 09/12/2025
Acesso à internet cresce entre classes sociais, mas ainda é desigual
Proposta obriga plataformas a adotar medidas contra crimes na internet (Foto: Agência Brasil)

O acesso à internet segue em alta no Brasil, mas ainda reflete desigualdades socioeconômicas. Segundo a pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta terça-feira (9), 86% dos lares brasileiros têm internet, o maior índice desde 2015, quando o percentual era de 51%. Hoje, são 157 milhões de usuários, número que chega a 163 milhões ao considerar aplicativos que acessam a rede indiretamente.


O avanço foi puxado principalmente pelas classes D e E, onde o acesso saltou de 15% em 2015 para 73% em 2025, impulsionado pela expansão da internet por cabo e fibra óptica. Ainda assim, a desigualdade persiste: enquanto o acesso é quase universal nas classes A (99%) e B (95%), cai para 86% na classe C e 73% nas classes D e E.


Entre os mais pobres, o acesso ocorre majoritariamente apenas pelo celular: 87% na classe D e E. Nas áreas rurais, a taxa é de 77%. Escolaridade e idade também pesam: 98% das pessoas com ensino superior usam a internet, ante 74% entre quem tem ensino fundamental. O acesso cai para 54% entre os maiores de 60 anos.


A pesquisa também mostrou que 33% dos usuários enfrentam redução de velocidade após o fim do pacote de dados e até 37% precisam contratar pacotes extras, especialmente nas classes mais baixas.


O principal uso da internet continua sendo a comunicação, com destaque para mensagens instantâneas (92%), videochamadas (81%) e redes sociais (80%). O Pix online aparece pela primeira vez e já é utilizado por 75% dos brasileiros. Já 19% disseram usar a internet para apostas online.


O uso de inteligência artificial generativa também estreia no levantamento: 32% dos brasileiros já utilizam a tecnologia, com maior adesão entre jovens, pessoas com ensino superior e classes de maior renda.


A plataforma gov.br é acessada por 56% da população, mas o uso cai para 35% nas classes D e E e chega a apenas 48% no Nordeste, revelando diferenças regionais no acesso a serviços digitais do governo.