Estudo da FIEA revela expansão do eucalipto e reposiciona AL no mapa da economia verde
Em uma década, a área de eucalipto saltou de pouco mais de 2,5 mil hectares para 27,6 mil hectares, um crescimento que reflete não apenas expansão territorial, mas também a crescente relevância desse cultivo
A paisagem produtiva de Alagoas vive uma transformação silenciosa, mas, decisiva. O estudo “Plantio de Eucalipto em Alagoas”, produzido pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), revela a ascensão de um setor que deixou de ser periférico para se tornar uma das frentes mais estratégicas da economia estadual.
Em uma década, a área de eucalipto saltou de pouco mais de 2,5 mil hectares para 27,6 mil hectares, um crescimento que reflete não apenas expansão territorial, mas também a crescente relevância desse cultivo para a indústria, o emprego e a sustentabilidade.
Para a indústria, o eucalipto não é tendência: é oportunidade concreta. “O setor cresce de forma consistente e se tornou um ativo estratégico para Alagoas”, afirma o presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade. “Estamos falando de uma cadeia que gera empregos, atrai investimentos, fortalece nossa competitividade e contribui para a transição para uma economia de baixo carbono. O potencial do eucalipto em Alagoas é extraordinário e está apenas começando a ser aproveitado”, acrescenta.
Municípios como Maceió, Atalaia e Flexeiras lideram o avanço, enquanto Maragogi emerge como novo polo de produção florestal. O dinamismo impressiona: a produção de madeira em tora passou de 35 mil m³ em 2016 para 561 mil m³ em 2023, consolidando Alagoas como protagonista no Nordeste, com participação superior a 80% na produção regional. Ao mesmo tempo, o aumento da lenha e o salto recente do carvão vegetal reforçam a diversificação do uso industrial.
Avanço abre novas vagas e eleva produtividade do setor
Essa expansão tem efeitos diretos no mercado de trabalho. Somente em 2024, o setor abriu saldo de 93 novos postos formais, impulsionado pelo ciclo de colheita, pela mecanização crescente e pela chegada de novos investimentos. Jovens entre 18 e 24 anos lideram as admissões, um indicador de renovação da força de trabalho e potencial de inclusão produtiva.
O estado já se prepara para ultrapassar 42 mil hectares até 2025, impulsionado pelo Plano ABC+ Alagoas e por iniciativas como a Caetéx Florestal – parceria entre a Dexco e a Usina Caeté – que, sozinha, planeja atingir 40 mil hectares plantados. O estudo também destaca a alta produtividade local, que chega a 60 m³/ha/ano e pode alcançar até 80 m³/ha/ano, muito acima da média nacional.