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Governo do Rio lança app ‘Celular Seguro RJ’ para checar aparelhos roubados e apoiar investigações policiais
Ferramenta será utilizada na Operação Rastreio, responsável por recuperar mais de 2.300 aparelhos celulares

O Estado do Rio de Janeiro teve, no primeiro semestre deste ano, mais de 30 mil registros de roubo ou furto de celular, uma média de um caso a cada sete minutos. Um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2024. Entre janeiro e maio de 2025, foram 10.879 roubos de telefones (alta de 29,8% em comparação ao mesmo período do ano passado) e 19.257 furtos (crescimento de 18,5%), indicam dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) nesta segunda-feira. Cerca de 24 horas depois, o Governo do Estado por meio da Secretaria Estadual de Polícia Civil, lançou o aplicativo Celular Seguro RJ, uma ferramenta contra roubo e furto de celulares no Estado.
'Nossa obrigação acatar':
Corpo de Juliana Marins
Segundo Felipe Cury, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, o aplicativo tem uma dupla função. A primeira, é servir a população permitindo que ela identifique se um celular tem restrição ou se é produto de roubo, enquanto a segunda, ajuda nas investigações policiais.
Com o aplicativo, o policial poderá pegar o celular de um suspeito, independente de qual seja a operação, e verificar se aquele aparelho é ou não produto de um crime. Isso vai facilitar a vida dos agentes nas ações de combate aos interceptadores de celular — explica Cury.
Além disso, Cury revela haver uma diferença entre o aplicativo do Estado do Rio de Janeiro e o do Governo Federal. A princípio, o Celular Seguro RJ, é abastecido em tempo real com os registros de ocorrência feitos pela população — principalmente as vítimas do estado do Rio. Além disso, há uma parceria com a Anatel, portanto, também reúne informações encontradas dos celulares cadastrados no aplicativo do Governo Federal e todo território nacional.
Como utilizar o Celular Seguro RJ
O aplicativo já está disponível nas plataformas online e podem ser utilizados no sistema Android e iOS. Para utilização, é necessário que o usuário realize um cadastro do IMEI do celular — número único de 15 dígitos que identifica o aparelho — permitindo acesso à informação sempre que precisar.
Como realizar uma consulta
Ao comprar um celular, o usuário poderá consultar o IMEI do aparelho para verificar se ele possui alguma restrição ou bloqueio. Dessa forma, a Secretaria de Polícia Civil espera que o número de comércio de celulares roubados ou furtados, seja reduzido.
Aumento no número de roubos e furtos de celulares
O aplicativo está sendo lançamento em um momento em que os números de roubos e furtos nunca estiveram tão altos. Enquanto os roubos de celular no Rio de Janeiro chegaram ao maior número desde 2019, os furtos atingiram o número mais alto da série histórica, iniciada em 2003.
Por conta da quantidade de ocorrências, a Polícia Civil montou a Operação Rastreio, com objetivo de combater roubo, furto e receptação de aparelhos. Assim, no último dia 24, três mil usuários de telefones identificados como roubados receberam uma notificação para entregarem o celular numa delegacia, evitando que respondam pelo crime de receptação.
Balanço da Operação
Nesta segunda-feira, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro havia contabilizado 2.334 apreensões de aparelhos roubados ou furtados, além de prender 105 criminosos, durante toda a Operação Rastreio. No entanto, a expectativa é de que os números aumentem até o final desta terça-feira, considera como o 'Dia D'. Segundo Felipe Cury, todas as delegacias do órgão estão envolvidas na operação.
Até o momento, o 'Dia D' já registrou a prisão de 53 criminosos e 453 aparelhos de telefone celular, que serão somados ao saldo anterior. Um número considerado expressivo pelo secretário Felipe Cury.
No último dia 24, três mil usuários de telefones identificados como roubadores receberam uma notificação para entregarem o celular numa delegacia. Segundo o secretário, até o momento foram realizadas 934 devoluções, mas o número ainda deve aumentar nos próximos dias, porque houve proprietários que entraram em contato para combinar uma nova data de devolução, por motivos diversos.
Ao longo desta semana ainda serão feitos novos contatos com aqueles que não devolveram os aparelhos. A partir do dia 7 de junho, serão iniciados os indiciamentos daqueles proprietários que não compareceram em alguma delegacia ou não fizeram nenhum tipo de contato.
— Ainda estamos abertos ao diálogo e recebendo devoluções de aparelho. A partir da semana que vem, as pessoas que não fizeram qualquer tipo de contato ou não entregaram seus aparelhos, serão indiciadas por crime de interceptação — explica Felipe Cury.
Após o recebimento dos aparelhos, a Polícia Civil irá fazer perícia nos celulares para localizar os legítimos donos e realizar a entrega.
Uma análise realizada pela equipe do GLOBO, aponta as dez áreas de delegacia (chamadas Cisps, ou Circunscrições Integradas de Segurança Pública) com mais roubos de celular registrados nos primeiros cinco meses deste ano são:
59ª DP (Duque de Caxias) - 541 casos
18ª DP (Praça da Bandeira) - 459 casos
5ª DP (Mem de Sá - Centro do Rio) - 438 casos
32ª DP (Taquara) - 405 casos
9ª DP (Catete) - 375 casos
27ª DP (Vicente de Carvalho) - 372 casos
29ª DP (Madureira) - 369 casos
10ª DP (Botafogo) - 316 casos
64ª DP (Vilar dos Teles - S.J. de Meriti) - 309 casos
52ª DP (Nova Iguaçu) - 298 casos
Já as dez Cisps com mais furtos de celular no mesmo período são:
5ª DP (Mem de Sá - Centro do Rio) - 1.564 casos
9ª DP (Catete) - 1.531 casos
12ª DP (Copacabana) - 1.220 casos
14ª DP (Leblon) - 1.081 casos
1ª DP (Praça Mauá) - 1.028 casos
16ª DP (Barra da Tijuca) - 992 casos
10ª DP (Botafogo) - 709 casos
18ª DP (Praça da Bandeira) - 601 casos
13ª DP (Ipanema) - 549 casos
4ª DP (Praça da República) - 517 casos