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CNU 2: veja como se preparar para seleção com 3.652 vagas no país

Nova banca, alterações de conteúdos programáticos e reestruturação dos blocos devem ser consideradas

Por Agência O Globo - 07/07/2025
CNU 2: veja como se preparar para seleção com 3.652 vagas no país
Enem dos concursos (Foto: Reprodução/internet)

É hora de reforçar a preparação para o novo Concurso Nacional Unificado (CNU), que terá provas objetivas aplicadas daqui a três meses. Com a publicação do edital da seleção, no início desta semana, os candidatos ganharam um guia certeiro dos conteúdos a serem avaliados. E, mesmo aqueles que fizeram o concurso no ano passado, devem afinar os estudos, observando as novidades.

Com 3.652 vagas oferecidas, o CNU está organizado em nove blocos temáticos — o que permite aos candidatos concorrerem a diferentes cargos a partir da mesma prova. Nos blocos 1 ao 7 (nível superior), a prova de 5 de outubro será composta por 90 questões, sendo 30 de Conhecimentos Gerais. A estrutura básica dos temas cobrados é bem parecida com a da primeira edição, mas houve uma alteração que precisa ser considerada.

— As matérias como 'Desafios do Estado de direito', 'Políticas públicas', 'Diversidade e inclusão', 'Ética e integridade', 'Administração pública federal' continuam semelhantes ao edital anterior. A principal mudança é a substituição da disciplina de 'Finanças públicas' por uma nova: Tecnologia no trabalho — explica Aline Menezes, professora do Gran Concursos.

A inclusão de questões relacionados à tecnologia atende a uma demanda apontada pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Segundo a chefe da pasta, os conhecimentos sobre tecnologia são esperados de todos os candidatos para aprimorar os serviços prestados pelos órgãos públicos.

Os professores de cursos destacam que os candidatos devem se atualizar sobre temas como digitalização de processos, Inteligência Artificial, transformação digital no setor público, automação e os efeitos dessas mudanças sobre o papel do servidor. Além disso, o conteúdo tem forte ligação com políticas de inovação, acesso a serviços e reorganização das estruturas de trabalho no Estado.

A disciplina de "Finanças públicas", que tinha papel central entre os Conhecimentos Gerais, foi enxugada e está agora incorporada à "Administração Pública Federal", exigindo compreensão básica do funcionamento orçamentário do Estado, mas sem a mesma profundidade anterior.

— Acredito que isso tenha acontecido em decorrência das vagas desse novo edital, uma vez que na primeira edição, esse assunto era imprescindível, principalmente por conta do quantitativo de vagas para a carreira de auditor fiscal e outras. Entretanto, neste edital aparecem alguns tópicos do conteúdo de finanças na matéria de Administração Pública Federal — expõe Aline.

Quem já vinha se preparando para as questões de Conhecimentos Gerais antes mesmo da publicação do edital do CNU 2 pode fazer estes ajustes e mudar o foco para o estudo de Conhecimentos Específicos. Thomas Jorgensen, professor de estratégia do Estratégia Concursos, explica que a prova terá cinco cinco eixos temáticos, com 12 questões cada, somando 60 no total.

— Se o candidato pretende concorrer a vários cargos, precisa analisar quais disciplinas têm maior peso em cada um deles para definir o que priorizar nos estudos — orienta o especialista.

Banca organizadora mudou

Em relação à primeira edição do CNU, também mudou a banca organizadora. Como anunciado em junho, saiu a Cesgranrio e entrou a Fundação Getulio Vargas. Para Letícia Bastos, professora de Gran Concursos, a nova banca é mais exigente e cobra interpretação de textos mais complexos, sutilezas semânticas e gramaticais:

— A FGV também traz enunciados longos e muitas vezes com “pegadinhas” ou alternativas semelhantes. Na prática, isso significa que a prova tende a ficar mais difícil, sobretudo para os candidatos que não estão habituados ao estilo da banca.

A principal recomendação dos especialistas para um bom resultado é direcionar os estudos com base no histórico da banca. Isso significa resolver provas anteriores da FGV.

— É preciso estudar diretamente por provas anteriores da FGV, ajustar o cronograma à nova disciplina de “Tecnologia e trabalho” e investir na leitura interpretativa e na escrita. Além disso, não adianta simplesmente ficar lendo esse conteúdo sem se familiarizar com essas questões — orienta Fernando Maciel, professor do Gran Concursos.

A estrutura do concurso também foi alterada. Em vez de oito blocos temáticos como na primeira edição, serão nove este ano. Entre eles, dois de nível médio, separados para "Saúde" e "Regulação" (blocos 8 e 9, respectivamente).

Inscrições, taxa e calendário

As inscrições para a nova edição do chamado 'Enem dos Concursos' terminam em 20 de julho. A taxa é de R$ 70, mas é possível solicitar isenção até o dia 8 no site da FGV. O custo zero é concedido a pessoas inscritas no CadÚnico, doadores de medula óssea, atuais ou ex-alunos do Prouni e do Fies.

De acordo com o edital, as provas objetivas para todos os blocos temáticos serão aplicadas no dia 5 de outubro. Aqueles que forem considerados habilitados nesta avaliação (nove vezes o número de pessoas candidatas por vaga) deverão fazer prova discursiva no dia 7 de dezembro. A primeira lista de classificados deve ser divulgada no dia 30 de janeiro de 2026.

Como será avaliação de nível intermediário

Para os cargos de nível intermediário, a prova objetiva terá 68 questões, sendo 44 distribuídas entre Português + Realidade Brasileira (20), Direito (11) e Matemática (13). As outras 24 questões serão de Conhecimentos Específicos sobre Saúde ou Regulação, conforme o bloco temático.

Todas as questões terão peso 1, e a nota será simplesmente a soma dos acertos, podendo chegar a até 68 pontos.

A prova discursiva para nível intermediário será uma redação em formato dissertativo-argumentativo, também com limite de até 30 linhas. Nesse caso, 100% da nota será atribuída com base no uso da Língua Portuguesa, avaliando domínio gramatical, estrutura textual (introdução, desenvolvimento e conclusão), coerência, coesão e clareza na exposição das ideias.

Como será avaliação de nível superior

A estrutura da prova do CNU varia conforme o nível de escolaridade exigido pelo cargo, com diferenças na quantidade de questões, no peso das disciplinas e na forma de avaliação das provas discursivas.

Para os cargos de nível superior, a prova objetiva será composta por 90 questões, sendo 30 de Conhecimentos Gerais e 60 de Conhecimentos Específicos.

Já a prova discursiva de nível superior será composta por duas questões dissertativas, cada uma valendo 22,5 pontos, totalizando até 45 pontos. As respostas deverão ter até 30 linhas cada.

Blocos temáticos: como escolher um?

Quem tem até o ensino médio completo tem apenas duas opções: bloco 8 ou 9. No entanto, os professores destacam que o 8 é mais voltado para aqueles que possuem curso técnico em saúde, enquanto o 9 seria mais abrangente para quem possui somente ensino médio regular.

Já aqueles que possuem curso superior, há a opção de escolher qualquer um dos blocos. Os quatro primeiros são mais específicos, sendo o 1 voltado para a parte de saúde, assistência social e previdência; o 2 na área de cultura e educação; o 3 voltado para ciência e tecnologia da informação e o 4 para engenharia e arquitetura. Dessa forma, candidatos que possuam essas formações podem ir para esses blocos que já são direcionados para eles.

Segundo Bruno Bezerra, professor do Estratégia Concursos, candidatos de nível superior — que disputam vagas nos blocos temáticos de 1 a 7 — precisam ser ainda mais estratégicos nesta reta final. Com muito conteúdo e pouco tempo para estudar, é essencial focar no que mais vale ponto.

No caso dos conhecimentos específicos, o conteúdo é dividido em cinco eixos temáticos, com pesos que variam conforme o cargo. Um exemplo é o bloco 6, de Desenvolvimento Socioeconômico. Considerando que cada eixo temático tinha o mesmo número de questões na primeira edição do CNU, o cargo de especialista em regulação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) pode 40% da pontuação de conhecimentos específicos concentrada no eixo temático 3 — Gestão Estratégica e Regulação — por teso peso 5 na nota final, ou seja, 60 dos 150 pontos possíveis da prova objetiva.

— O candidato precisa saber exatamente quais eixos têm mais peso para o cargo que quer, e montar o plano de estudo com base nisso — orienta Bruno.

Ele também destaca três fatores que influenciam diretamente a nota de corte: número de inscritos, quantidade de vagas e nível de dificuldade da prova.

— Quando a prova é mais difícil, a nota de corte costuma ser mais baixa. Já em provas de nível médio, a nota tende a subir — diz.

Das vagas ofertadas por 36 órgãos e autarquias federais, 2.480 vagas serão para início imediato (1.972 de nível superior e 508 de nível intermediário) e 1.172 poderão ser convocadas a curto prazo, após a homologação dos resultados. Essa divisão deve ser observada pelos candidatos na hora de escolher um bloco temático para se candidatar.

O bloco com mais vagas é o 5, de Administração, com 1.172. Mas mil delas são para cadastro de reserva do cargo de analista técnico-administrativo.

Veja os blocos temáticas da segunda edição do CNU:

Bloco 1: Seguridade Social – Saúde, Assistência Social e Previdência Social

Bloco 2: Cultura e Educação

Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia

Bloco 4: Engenharias e Arquitetura

Bloco 5: Administração

Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico

Bloco 7: Justiça e Defesa

Bloco 8: Intermediário – Saúde (nível médio)

Bloco 9: Intermediário – Regulação (nível médio)

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