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Técnicos do BC identificam operações com dólar pulverizadas e feitas por robôs antes de anúncio de tarifaço de Trump
Moraes determinou abertura do inquérito para investigar negociação de dólares antes de tarifaço imposto pelo presidente americano

Uma análise preliminar de técnicos do (BC) identificou que foram realizadas operações de compra e venda de dólar pulverizadas e feitas por robôs de alta frequência no dia do anúncio oficial do tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros imposto pelo presidente dos Estados Unidos, .
A avaliação do corpo técnico do BC é que, até o momento, não há evidências concretas da , para lucrar com as oscilações do valor do dólar frente ao real. O caso está sob investigação.
As operações, segundo integrantes do BC, apresentaram características típicas de ordens de alta frequência que captam movimentos de mercado em frações de segundos. É comum que grandes agentes do mercado financeiro usem sistemas automatizados para identificar variações de preço e realizar operações instantâneas.
O levantamento inicial de técnicos da autoridade monetária apontou uma movimentação vultosa de compra e venda de dólares no mercado de câmbio americano após Trump ter sinalizado, antes do anúncio oficial, que o Brasil poderia ser taxado. A declaração do presidente americano foi registrada em tempo real pelas agências internacionais de notícias. Procurado, o BC não comentou.
No dia 9 de julho, quando Trump anunciou que poderia impor tarifas sobre os produtos brasileiros, houve um primeiro repique do dólar, às 13h30 no horário de Washington (14h30 no fuso horário de ). Pouco tempo depois, às 16h17 (17h17 no horário de Brasília), o p
Na sequência, às 16h19, houve uma venda expressiva de dólar — dessa vez, com a moeda americana cotada a R$ 5,60. Dessa forma, houve um lucro na operação em poucas horas, conforme mostrou reportagem do Jornal Nacional.
Essa movimentação atípica chamou a atenção das autoridades brasileiras. Nessa segunda-feita, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (), atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União () e determinou que a Procuradoria-Geral da República investigue indícios do crime de uso de informação privilegiada na tarde do anúncio do tarifaço de Trump.
Movimentações semelhantes aconteceram com relação a moedas de outros países que também foram alvos de tarifas elevadas impostas por Trump. Parlamentares americanos levantaram a suspeita de manipulação do mercado financeiro e pediram investigações, mas nenhum caso foi adiante até o momento.