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Diretor do Festival de Veneza culpa Bolsonaro e Milei pela ausência de filmes latinos na disputa pelo Leão de Ouro
Evento premiou 'Ainda estou aqui' com o Leão de melhor roteiro em 2024

A lista dos filmes selecionados para a 82ª edição do vem sendo alvo de críticas pelo alto número de filmes em língua inglesa, com destaques como "Jay Kelly", de Noah Baumbach, "A house of dynamite", de Kathryn Bigelow, "Frankenstein", de Guillermo Del Toro, "Father mother sister brother", de Jim Jarmusch, "Bugonia", de Yorgos Lanthimos, e "The smashing machine", de Benny Safdie.
O tema já é alvo de debates há alguns anos em Veneza, com muitos apontando para fato do festival estar cada vez mais atrás de celebridades para cruzar seu tapete vermelho. Nos últimos oito anos, seis dos vencedores do Leão de Ouro são filmes em língua inglesa, incluindo o ganhador do ano passado, "O quarto ao lado", de Pedro Almodóvar.
Além do alto número de produções americanas, chama atenção na lista a completa ausência de longas da América Latina. Em 2024, o Festival de Veneza foi o ponto de partida para a trajetória de sucesso de "Ainda estou aqui".
Questionado pela revista Variety sobre a ausência de filmes latino-americanos na competição, Alberto Barbera, diretor do evento, culpou os governos de e .
"O Brasil está totalmente ausente porque o país vem de quatro anos de ditadura de Bolsonaro, que fez tudo o que pôde para acabar com o cinema de autor. A Argentina está nas mãos de Milei, que tenta fazer o mesmo com o cinema argentino", afirmou Barbera.
Apesar da ausência em Veneza, o cinema brasileiro vem sendo destaque em eventos internacionais em 2025. "O último azul", de Gabriel Mascaro, e "O agente secreto", de Kleber Mendonça Filho, foram premiados nos festivais de Berlim e Cannes, enquanto que "Ainda estou aqui", de Walter Salles, conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz, com Fernanda Torres, e o Oscar de melhor filme internacional.
Confira os filmes confirmados no Festival de Veneza 2025:
Competição oficial
"The wizard of the Kremlin", de Olivier Assayas
"Jay Kelly", de Noah Baumbach
"The voice of Hind Rajab", de Kaouther Ben Hania
"A house of dynamite", de Kathryn Bigelow
"Sun rises on us all", de Cai Shangjun
"Frankenstein", de Guillermo Del Toro
"Elisa", de Leonardo Di Costanzo
"À pied d’œuvre", de Valérie Donzelli
"Silent friend, de Ildikó Enyedi
"The testament of Ann Lee", de Mona Fastvold
"Father mother sister brother", de Jim Jarmusch
"Bugonia", de Yorgos Lanthimos
"Duse", de Pietro Marcello
"Un film fatto per Bene", de Franco Maresco
"Orphan", de László Nemes
"The stranger", de François Ozon
"No other choice", de Park Chan-wook
"Sotto le nuvole", de Gianfranco Rosi
"The smashing machine", de Benny Safdie
"Girl", de Shu Qi
"La Grazia", de Paolo Sorrentino (filme de abertura)