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Secdef celebra 34 anos da Lei de Cotas PcD e reafirma compromisso com a inclusão

Por Agência Alagoas 24/07/2025
Secdef celebra 34 anos da Lei de Cotas PcD e reafirma compromisso com a inclusão
Em Libras, profissionais reafirmam o compromisso da Secdef com a inclusão e com a garantia dos direitos das pessoas com deficiência (Foto: Thiago Sampaio / Agência Alagoas)

Em 1991, quando Sérgio Silva, que é uma pessoa surda, tinha um ano de idade, foi criada a Lei de Cotas para pessoas com deficiência (PcD) no Brasil. E nesta quinta-feira (24), data que marca os 34 anos da criação dessa legislação, ele deu início ao seu primeiro dia de trabalho na Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef), como assessor-técnico na Central de Intérpretes de Libras (CIL).

 

Além de Sérgio, a Secdef conta com outros servidores PcD’s, a exemplo dos também assessores-técnicos Matheus Victor, de 28 anos; Ana Cláudia, 42; e Caroline Ferreira, 29. Esses profissionais reafirmam o compromisso da Secdef com a inclusão e com a garantia dos direitos das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

 

Rompendo barreiras

  

Além de prestarem serviço como assessoras-técnicas, Ana e Caroline ainda atuam como cerimonialistas durante eventos promovidos pelo órgão. A participação delas no cerimonial faz parte das ações de inclusão das pessoas com deficiência.  


 

Para Caroline, que é uma pessoa com acondroplasia, forma mais comum de nanismo, a Lei de Cotas para PcD é uma conquista. “A lei nos dá uma oportunidade de mostrar nossa capacidade e profissionalismo, que vai além da deficiência”, destacou.

 

Quanto à oportunidade de trabalhar na Secdef, Caroline disse que pretende contribuir com as tarefas do dia a dia, bem como colaborar com o fomento da inclusão e acessibilidade. “Busco cumprir minhas tarefas como profissional, bem como busco a integração, criar laços de amizade, pois a equipe que me acolheu está sempre pronta a tornar o ambiente que estou ainda mais acessível”, disse.


 

Já Ana, que é cadeirante, destacou a importância da Lei de Cotas PcD para a garantia de acesso ao mercado de trabalho e promoção da diversidade. “Além de ser um marco na luta por inclusão no mercado de trabalho brasileiro, a lei contribui para combater o capacitismo”, ressaltou.

 

Ana disse ainda que o emprego ofertado pela Secdef assegura o direito das pessoas com deficiência, e contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva. “Me sinto valorizada como pessoa com deficiência. Aqui na Secdef desenvolvo meu trabalho com dignidade e responsabilidade e com os meus direitos garantidos em uma pauta na qual tenho propriedade”, afirmou.

 

Conexão em Libras

  

Sérgio disse que a data que marca os 34 anos da Lei de Cotas para PcD é um momento para comemorar e refletir. “Já pensou como seria se não existisse a Lei de Cotas? Muitos de nós ainda enfrentaríamos barreiras, preconceito e falta de oportunidades. Por isso, essa lei é essencial: é fruto de luta e conquista. A gente merece respeito, inclusão e a chance de mostrar todo nosso potencial”, disse.

 

O assessor-técnico da CIL ressaltou a importância da lei que lhe garantiu a vaga de emprego na Secdef. “Minha oportunidade de trabalho na Secdef está ligada diretamente à Lei de Cotas. Hoje, comecei meu primeiro dia de trabalho. Estou aprendendo com meus colegas e ganhando experiência, principalmente sobre a CIL, que ajuda a melhorar a comunicação com a pessoa surda e o trabalho em equipe”, disse.

 

Para Matheus, que também é uma pessoa surda, o dia 24 de julho marca uma luta histórica das pessoas com deficiência por inclusão no trabalho. “Graças a essa lei, muita gente teve chance de mostrar seu potencial. Claro que ainda tem muitos desafios, mas a gente continua lutando. A Lei de Cotas não é só número, é presença, é representatividade, é abrir caminho pra igualdade, acessibilidade e respeito. É uma luta que precisa continuar todos os dias”, disse.

 

Matheus classifica seu trabalho na CIL como uma oportunidade de ajudar a comunidade surda. “Na CIL, eu posso ajudar a comunidade surda em várias situações, tanto no ensino da Libras como também nos atendimentos, orientações, traduções e apoio no dia a dia. É um espaço onde posso contribuir com minha experiência como pessoa surda e, ao mesmo tempo, aprender com a equipe. Trabalhar ao lado dos servidores é uma troca muito rica, e juntos a gente consegue promover mais inclusão, respeito e acessibilidade”, afirmou.

 

As entrevistas com Sérgio e Matheus contaram com o auxílio da intérprete de Libras Patrícia.

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