'Meu sobrinho não tinha um tiro no corpo', afirma tia de jovem morto em megaoperação

Beatriz Nolasco afirma que identificou corpo decapitado do sobrinho em vídeo que circula nas redes sociais

Por Agência O Globo - 29/10/2025

Durante a manhã desta quarta-feira (29), familiares dos mortos na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, estiveram no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML), no Centro da cidade, para resolver a documentação e reconhecer os corpos. A ação teve um planejamento de 60 dias e contou com um "muro" feito pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) na área de mata das favelas, que era usada com rota de fuga dos criminosos. Com 113 presos e 118 armas apreendidas, a operação é considerada o maior baque na história do Comando Vermelho.

Cadáveres enfileirados:

Governador:

A manicure Beatriz Nolasco, que esteve no IML na manhã desta quarta-feira (29), afirmou que identificou o corpo de seu sobrinho Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos, em um vídeo nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver o corpo de um jovem decapitado, e sua cabeça sobre uma árvore. Ele usava roupas camufladas e tinha os cabelos pintados de vermelho. Beatriz diz que Yago não tinha outros ferimentos no corpo.

— Meu sobrinho não tinha um tiro no corpo. Arrancaram a cabeça dele e deixaram na mata — disse ela.

Em frente ao Detran, onde os familiares resolviam a parte burocrática antes de reconhecer os corpos no IML, a manicure, moradora do Complexo do Alemão, se exaltou e afirmou que Yago era mototaxista e que não teria qualquer envolvimento com o crime e nem passagens pela polícia.

* estagiária, sob supervisão de Leila Youssef