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Ex-diretor de inteligência da Venezuela se declara culpado por narcoterrorismo nos EUA
Hugo “El Pollo” Carvajal pode pegar prisão perpétua após admitir envolvimento com tráfico de cocaína e apoio às Farc; ele teria oferecido cooperação às autoridades americanas

O ex-diretor da inteligência militar venezuelana, Hugo “El Pollo” Carvajal, de 65 anos, se declarou culpado de quatro acusações de narcotráfico e narcoterrorismo perante um tribunal federal dos na quarta-feira, informou o Departamento de Justiça americano em nota. Ele, que foi uma das figuras mais poderosas do governo venezuelano durante a Presidência de Hugo Chávez, agora pode ser condenado à pena máxima de prisão perpétua.
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“A realidade profundamente preocupante é que há funcionários poderosos de governos estrangeiros conspirando para inundar os Estados Unidos com drogas que matam e enfraquecem”, disse Jay Clayton, procurador federal interino de Manhattan, em nota.
Carvajal teria usado seu cargo à frente da Direção de Inteligência Militar da (DIM) para facilitar a atuação do Cartel de Los Soles, organização criminosa formada por membros das Forças Armadas venezuelanas, e proteger operações de tráfico em associação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele também enfrenta acusações relacionadas ao uso de armas e participação em atos violentos, incluindo sequestros e assassinatos, visando garantir a logística da cocaína destinada ao mercado americano.
“[Ele] se aproveitou de sua posição como diretor da inteligência militar venezuelana e abandonou sua responsabilidade com o povo da Venezuela para intencionalmente causar danos aos EUA”, afirmou Robert Murphy, administrador interino da Administração de Combate às Drogas (DEA), no comunicado. “Após anos tentando escapar da justiça, Carvajal provavelmente passará o resto da vida em uma prisão federal”.
O jornal Miami Herald informou que o venezuelano se declarou culpado no âmbito de “um acordo que deixa aberta a possibilidade de cooperar com as forças de segurança em troca de uma sentença reduzida”. Ele também teria se oferecido para fornecer documentos e testemunhos que implicam o atual presidente da Venezuela, , e outros funcionários de alto escalão venezuelanos “em uma série de atividades ilegais, de tráfico de drogas e fraude eleitoral até operações de espionagem e armamento de gangues”.
Um dos coacusados no caso já foi condenado. Cliver Antonio Alcalá Cordones foi sentenciado a 21 anos e 8 meses de prisão após se declarar culpado de fornecer apoio material — incluindo armas de fogo — às Farc. Carvajal, por sua vez, foi extraditado da Espanha em julho de 2023, após anos de disputas legais para evitar sua transferência aos Estados Unidos. A sentença final será determinada em breve pelo tribunal federal de Manhattan.
Caracas