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Chance de encontrar sobreviventes diminui em buscas no Texas; a falta de alerta de enchentes é real

Autoridades confirmam 120 mortes e 173 desaparecidos, e prometem que buscas continuarão até que todos sejam localizados

Por Agência O Globo - 10/07/2025
Chance de encontrar sobreviventes diminui em buscas no Texas; a falta de alerta de enchentes é real
Chance de encontrar sobreviventes diminui em buscas no Texas; a falta de alerta de enchentes é real (Foto: cnn Brasil)

À medida em que equipes de resgate e voluntários vasculham os restos lamacentos do que já foram parques de trailers e cabanas em áreas atingidas por , as chances de achar sobreviventes no Texas diminuía no Texas, quase uma semana depois da tragédia. A contagem oficial aponta que ao menos 120 pessoas morreram e 173 continuam desaparecidas. Autoridades prometeram continuar com as buscas até que todas sejam encontradas.

Condições climáticas extremas:

As enchentes registradas a partir do fim da semana passada estão entre os desastres mais mortais envolvendo crianças nos EUA em décadas. Somente no Condado de Kerr, 36 morreram, muitas delas no , um acampamento de verão cristão para meninas em atividade há quase 100 anos. Os corpos de cinco campistas e de uma monitora de 19 anos não haviam sido recuperados até quarta-feira, disseram as autoridades.

Enquanto as buscas prosseguem, autoridades locais e estaduais enfrentam uma onda crescente de questionamentos sobre a falta de sirenes de alerta ao longo das margens do Rio Guadalupe, uma área conhecida como "Beco das Inundações Relâmpago", e se mais poderia ter sido feito para se preparar para as enchentes ou alertas os responsáveis pelo acampamento de meninas.

O vice-governador do Texas, Dan Patrick, afirmou que placas de alerta de enchentes poderiam ter salvado vidas e precisavam estar instaladas até o próximo verão no Hemisfério Norte. O governador Greg Abbott pediu aos legisladores estaduais que melhorem a forma como o estado se prepara e responde às enchentes na próxima sessão extraordinária deste mês, além de considerarem políticas que aprimorem os sistemas de alerta e as comunicações de emergência em áreas propensas a inundações.

Contexto:

Abandonadas à própria sorte

Detalhes sobre as vítimas e a cronologia dos fatos no dia da enchente continuaram a surgir. O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um alerta à 1h14 da manhã de 4 de julho, avisando sobre uma "enchente repentina" com potencial risco a vida, perto de Kerrville. Três horas depois, o rio Guadalupe já havia subido seis metros. Enquanto isso, autoridades locais permaneceram em grande parte em silêncio.

O Camp Mystic foi severamente inundado entre 2h e 3h da manhã, segundo relatos de pais cujas filhas estavam no local. Monitoras de uma das cabanas tiveram que forçar janelas para ajudar as meninas a escapar.

— As meninas diziam que parecia um rio com correnteza — disse Lisa Miller, cuja filha Birdie, de 9 anos, precisou subir nas costas de uma monitora para conseguir fugir.

No acampamento presbiteriano Mo-Ranch Assembly, próximo dali, um gerente de instalações estava acordado por volta da 1h da manhã quando viu a água subindo e alertou seu superior, o que deu início a um esforço rápido para mover as pessoas para locais mais altos, segundo funcionários do acampamento. Ninguém morreu ali.

Enquanto esses eventos dramáticos aconteciam, muitos dos principais líderes locais do Condado de Kerr ainda dormiam ou não tinham sido alertados do perigo. A sobrevivência nos acampamentos e em áreas baixas, em muitos casos, não dependia de evacuações oficiais, mas sim de estarem atentas, por conta própria, aos alertas meteorológicos no meio da madrugada.

Após o primeiro alerta pouco depois da 1h, o Serviço Nacional de Meteorologia continuou emitindo avisos de intensidade crescente, com um às 4h03 alertando sobre uma enchente "catastrófica".

— Isso aconteceu à noite, quando as pessoas estavam dormindo, em suas camas — disse o prefeito de Kerrville, Joe Herring Jr.

O xerife Larry Leitha, do Condado de Kerr, disse que foi notificado pela primeira vez entre 4h e 5h da manhã, quando um dos meus sargentos que estava na central viu os despacho e começaram a chegar as primeiras ligações. Dalton Rice, administrador municipal de Kerrville, disse que havia saído para correr por volta das 3h30 ou 4h da manhã, mas onde ele estava "havia apenas uma chuva leve".

Autoridades locais disseram que o principal problema foi a velocidade impressionante com que o rio subiu, no meio da noite.

— O Guadalupe subiu mais de 6 metros, quase 9 metros, em menos de duas horas, em um feriado, de madrugada — disse Rice. — Não havia muito tempo.

Depois da tragédia, prometeram que haverá uma análise completa do desastre. (Com NYT)

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