Cria realiza escuta de socioeducandas para construção do Plano Estadual da Primeira Infância

Durante a atividade, foi apresentado o papel do PEPI e, em seguida, as socioeducandas foram convidadas a refletir sobre duas perguntas norteadoras

Por Agência Alagoas 02/07/2025

William Makaisy / Ascom Cria

A Secretaria de Estado da Primeira Infância de Alagoas (CRIA) realizou, nesta quarta-feira (2), uma escuta especializada com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, como parte do processo de construção do Plano Estadual da Primeira Infância de Alagoas (Pepi).

O encontro aconteceu na Unidade de Internação Feminina (UIF), no bairro da Serraria, em Maceió, e marcou um momento de escuta ativa e sensível com um grupo historicamente invisibilizado pelas políticas públicas.

Durante a atividade, foi apresentado o papel do PEPI e, em seguida, as socioeducandas foram convidadas a refletir sobre duas perguntas norteadoras: “Que infância vocês gostariam de ter vivido?” e “Que futuro desejam para as próximas crianças?”. As respostas revelaram memórias atravessadas por violências, ausências e a falta de amor – experiências que ainda reverberam em suas trajetórias.

Veja as últimas notícias

• CPI do INSS: PL deve deixar Flávio Bolsonaro de fora e escalar Rogério Marinho em colegiado
• Secretário do Ministério da Previdência prevê calendário de pagamentos de vítimas de fraudes no INSS na próxima semana
• Anvisa proíbe lote falso de botox; saiba qual

O momento, intenso e comovente, foi conduzido pela professora Elisângela Mercado, responsável pelas Escutas Especializadas no âmbito da criação do Plano. Em meio à emoção, ela pontuou a importância da construção assertiva dessa política pública. 

“Tenho meio século de vida e sei que poderia ter atuado de forma diferente nas infâncias dessas meninas. Por isso, me desculpem. Mas hoje, nosso papel é transformar essas falas em diretrizes reais, para que os governantes atuem com base no que foi dito aqui.”

Para a secretária de Estado da Primeira Infância, Caroline Leite, a escuta representou um marco na construção coletiva do PEPI.

“Escutar essas adolescentes é reconhecer que toda infância – mesmo a mais distante do olhar público – precisa ser considerada na formulação de políticas. Ao ouvirmos suas memórias, também escutamos um chamado por justiça, reparação e mudança. Esse é o caminho que estamos construindo juntos. Não conseguimos apagar o que passou, mas conseguimos projetar um futuro melhor”, disse.