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Alagoas mobiliza comunidade educacional e sociedade civil em evento sobre usos de dispositivos digitais

Por Agência Alagoas 16/07/2025
Alagoas mobiliza comunidade educacional e sociedade civil em evento sobre usos de dispositivos digitais
Evento reuniu mil pessoas em Maceió e Arapiraca (Foto: Alexandre Teixeira/Ascom Seduc)

Educadores, estudantes, defensores da Criança e do Adolescente e representantes da sociedade civil organizada lotaram o Planetário e Casa da Ciência de Arapiraca na terça-feira (15) no segundo dia do seminário "Proteger e Educar Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital". 

Uma parceria entre o Governo de Alagoas - por meio das secretarias de Estado da Comunicação (Secom), Educação (Seduc) e da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) – e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o evento visa fomentar a discussão da Educação Digital e Midiática no ambiente escolar como forma de proteger os direitos de crianças e adolescentes.

O primeiro seminário ocorreu segunda-feira, em Maceió, no Centro de Convenções.

Alagoas foi o segundo estado escolhido para receber o seminário e conseguiu mobilizar aproximadamente mil pessoas nos dois dias de realização. Os participantes saíram dos debates com o compromisso de se tornarem multiplicadores em escolas, igrejas, institutos e famílias em prol da proteção das crianças e adolescentes no ambiente digital.


Representando a secretária Roseane Vasconcelos no evento, a secretária-executiva do Desenvolvimento da Educação e Cooperação com os Municípios, Sueleide Duarte, destacou a importância deste momento como espaço de diálogo e conscientização, reforçando os instrumentos já adotados pela Seduc sobre o uso da tecnologia no ambiente escolar.


“Esse evento traz uma discussão extremamente importante e pertinente sobre o uso da tecnologia, o uso das telas, esse ambiente digital, esse ambiente da internet que tanto nos preocupa em relação às nossas crianças e nossos adolescentes. Ao realizar este seminário, nós temos a intenção de discutir esse tema, sem querer ser indiferente à importância da tecnologia em nossas vidas, mas conversando sobre os cuidados que nós precisamos ter, em especial com nossas crianças e adolescentes, no uso dessa ferramenta tão importante”, observou.


Já o secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares, reforçou a importância desta integração entre as secretarias no fortalecimento desta rede de proteção. “A dependência de dispositivos digitais tem causado graves problemas às famílias: ansiedade, depressão, dívidas. Por isso que o Governo de Alagoas, por meio de suas secretarias, e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, se uniram para debater como orientar pais, professores, coordenadores, estudantes sobre o uso saudável destes dispositivos de forma a não cair em armadilhas da desinformação”, destacou.


Guia


Na ocasião, também foi apresentado o guia sobre uso de dispositivos digitais da Presidência da República, o qual traz análises e recomendações para a construção de um ambiente digital mais saudável para as infâncias e adolescências por meio de ferramentas que servem para áreas como Educação, Saúde, Assistência Social e Proteção.


De acordo com o diretor do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, David Almansa, o documento vai ajudar não só os educadores, mas também as famílias a protegerem as crianças e adolescentes dos perigos do mundo virtual.

“O guia traz informações sobre os malefícios da exposição excessiva a telas e traz orientações, por exemplo, de como mediar um diálogo com o adolescente para que ele tenha horários disciplinados para o uso de um aparelho celular. Quando se deve dar um aparelho celular para um adolescente? Uma pergunta que nunca ninguém respondeu. O guia fala que o ideal é retardar ao máximo essa posse, mas, a partir de 12 anos, seria a idade razoável para que esse adolescente tenha um celular. Por que isso? Porque nenhum aplicativo de rede social tem classificação indicativa abaixo de 14 anos”, observou David.



Iniciativa aprovada


Educadores e estudantes aprovaram a iniciativa do seminário. Professora  da Rede Municipal de Arapiraca, Fernanda Mara Lima falou do impacto que a tecnologia já tem em seus alunos, crianças de, no máximo, 5 anos e 9 meses.

“Mesmo sendo crianças muito pequenas, a gente já percebe neles um certo vício em dispositivos com telas. Elas ficam inquietos, chorando, e querem voltar para a televisão. Daí a importância de um seminário como este, onde a aprendizagem é muito significativa e vai nos ajudar muito com orientações e novas ideias para que a gente possa aplicar com as crianças”, afirmou.


Estudantes da Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca, Acsa Naara e Kauã Victor pensam igual e se comprometeram a compartilhar os ensinamentos adquiridos com seus amigos e familiares. “Foi um evento de suma importância, pois nos ensinou muito sobre tecnologias que, muitas vezes, usamos de forma inadequada”, avaliou Acsa. “Após esse seminário passei a entender a importância da lei de proibição do uso do celular em sala de aula”, complementou Kauã.



Mesas redondas


O evento contou ainda com dois painéis: um sobre o guia de uso de dispositivos digitais e outro sobre as diretrizes do Conselho Nacional de Educação e a integração curricular da educação digital e midiática nas escolas.

A gerente especial de Inovação Tecnológica para a Educação da Seduc, Andréa Maciel, participou de um dos painéis e lembrou que a pasta já trabalha essa temática em suas formações com os professores da Rede Estadual. Além disso, o Estado já enviou para análise do Conselho Estadual de Educação (CEE) o Referencial Curricular da BNCC da Computação, documento complementar à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que orienta como abordar a tecnologia em sala de aula e garantir direitos de aprendizagem relacionados ao uso das ferramentas digitais.

“Essa proposta, que já foi enviada para análise do Conselho Estadual de Educação, adapta a BNCC da Computação para a realidade de nosso estado. Pela lei, temos duas alternativas para a implementação deste documento: fazer da Educação Midiática um componente curricular ou trabalhar esta temática de forma transversal em todas as disciplinas, algo que já fazemos na Rede Estadual de Alagoas. Temos muitos exemplos de professores com projetos voltados para a inovação e tecnologia e, em nossas formações, abordamos temas como pensamento computacional, inteligência artificial, programação”, enumerou Andréa.

Seminário

Também estiveram presentes ao evento a superintendente de Promoção, Fortalecimento e Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secdef, Isabela Larisse Ferreira Gomes; a secretária de Educação de Arapiraca, Ana Valéria Peixoto, e a chefe de Rede da 5ª Gerência Especial de Educação (GEE), Luzia da Conceição.

 

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