Ciúme foi a motivação para chacina em Estrela de Alagoas, aponta Polícia Civil

Acusado já havia sido denunciado por dar facada na companheira

Por Thiago Luiz - Repórter 16/05/2025

A motivação para a chacina que vitimou cinco pessoas em Estrela de Alagoas foi o ciúme excessivo do suspeito pelo crime, conhecido como Cicinho, com a companheira, segundo investigações feitas pela Polícia Civil. As informações foram divulgadas no início da tarde desta sexta-feira (16), em entrevista coletiva. O autor da chacina foi preso na manhã de hoje, em uma ação rápida da Secretaria de Segurança Pública, após uma denúncia anônima.

Segundo as investigações iniciais, o criminoso teve uma crise de ciúmes ao descobrir que a companheira estava bebendo com o grupo de cinco pessoas na casa da irmã dela. Ainda de acordo com a Polícia Civil, tanto a mulher quanto Cicinho frequentavam o imóvel com frequência para beber. Ele tinha ciúme excessivo da mulher, especialmente com um primo dela, que estava na casa.

Na versão contada por Cicinho, ele disse que foi buscar a mulher e levou uma facada de um dos homens que estaria na casa. Ele tinha um machucado, mas o delegado João Paulo, responsável pelas investigações, disse que o suspeito afirmou ser atacado por todas as pessoas da casa, mas as equipes policiais viram que os corpos estavam espalhados em cômodos diferentes da casa, descartando a versão do suspeito.

De acordo com o delegado João Paulo, responsável por levantar as primeiras informações, Cicinho, como é conhecido o suspeito, já tinha passagem pela polícia por violência doméstica, quando deu uma facada na companheira em maio de 2024. 

Antes do crime, o homem chegou a mandar mensagens para a filha, dizendo que não queria a mãe dela bebendo com o grupo de pessoas e que já tinha avisado, por isso estava indo "resolver a situação".

Depois de cometer a chacina, o criminoso afirmou que se escondeu em uma região de mata próxima do município de Estrela de Alagoas, mas foi encontrado em Palmeira dos Índios. Cícero disse que se desfez do punhal utilizado no crime e a arma não foi encontrada até o momento.

Segundo testemunhas que moram no entorno da casa, as vítimas viraram a noite de quarta-feira bebendo. Por este motivo, a polícia acredita que boa parte das vítimas estava dormindo na hora do crime e outra parte já estava muito embriagada, sem chance de se defender.

O delegado João Paulo afirmou que a Polícia Civil está pedindo a prisão preventiva de Cicinho e acredita que, pelos cinco homicídios, ele deve pegar de 150 a 200 anos de prisão.

As vítimas

As cinco pessoas mortas na chacina foram identificadas como José Rodrigues Machado Filho, de 73 anos, Lice Souza da Silva e José Carlos da Silva, ambos de 53 anos, além de Maria Elizete do Carmo e João José da Silva, ambos com 56 anos de idade.

Maria Elizete era cunhada de Cicinho e dona da casa onde foi registrado o crime. Testemunhas relatam que o corpo dela foi encontrado na sala, ao lado de uma geladeira. Já Lice foi encontrado ao lado de um colchão. Os outros três homens [José Rodrigues, João José e José Carlos] estavam no segundo quarto. Um sentado em um colchão, outro deitado em uma cama e o terceiro caído ao chão.